Em língua portuguesa o estudo das palavras
define-se como etimologia, que averigua dentre outras coisas a história e as
mudanças dos significados de acordo com a época, enfim. Etimologicamente, a
palavra Cristo, tem significado particular e isto é possível porque não há
constante variação nos idiomas hebraico e grego, de onde esta se deriva. É,
basicamente impossível haver discordância entre os expoentes de léxicos.
Entretanto, pode haver mudanças nos vocábulos e, mesmo assim, o significado
permanece o mesmo, se mantendo unânime no sentido e na aplicação.
Na definição de Champlin, a palavra Cristo é
a:
[...] Transliteração do adjetivo verbal
grego, Christós, que significa ungido. Essa palavra hebraica, por sua vez
traduz o termo hebraico mashiach, que tem o mesmo sentido. Essa palavra
hebraica foi absorvida pelo grego sob a forma modificada de messias, conforme
se vê em João 1:41 e 4:25. É daí que vem a palavra portuguesa Messias. [...] O
termo Messias através de sua tradição grega, e, daí, para o português,
tornou-se parte integrante do nome de Jesus, pois ele é Jesus, o Cristo, ou
então, o Senhor Jesus Cristo, ou o Filho, Jesus Cristo, que é nosso Senhor.
(1995, p. 977).
Nota-se, que o estudioso acima teve a
preocupação de mostrar a raiz desta palavra dando ênfase no texto que cita.
Inicialmente, trazendo a informação do grego e posteriormente faz menção ao seu
uso. Contudo, a ideia de Cristo, ou seja, a ideia de Messias, é maior
contextualizada no aramaico e hebraico, como expõe Coenen e Brown: “Cristo” é derivado
através do Lat. Christus, do Gr. Christos, que, na LXX e no NT é o equivalente
gr. do Aram. mesiha. Essa palavra, por sua vez, corresponde ao Heb. masiah, e
denota uma pessoa que foi cerimonialmente ungida para um cargo [...]. A
transliteração gr. de mesiah é Messias, que [...] ocorre apenas duas vezes no
NT gr., somente em Jo 1:41,4:25. Em ambas as ocasiões, refere-se a Jesus de
Nazaré. A LXX não emprega a palavra estrangeira, mas, assim como no NT
(excetuando-se as passagens supra mencionadas), emprega com consistência a
palavra gr. correspondente. Não foram, portanto, os cristãos os primeiros a
cunharem esta palavra. Ao empregá-la no NT, os autores e suas formas literárias
estavam adotando, sem dúvida alguma, uma palavra e um conceito que já estavam
disponíveis e em uso corrente no período pré-cristão. Esta situação é
evidenciada pelos escritos veterotestamentários apócrifos e pseudepígrafos, entre
outros. (2000, p. 1079).
As definições acima deixam evidentes
que o emprego desta palavra é particular àquele que é Ungido, termo comumente
encontrado nos escritos canônicos veterotestamentários. Desta forma, explica
Vine na segunda parte de sua obra que define o significado de algumas palavras
gregas: Chistos (“ungido”, traduz, na
Septuaginta, a palavra “Messias”, termo aplicado aos sacerdotes que eram
ungidos com óleo santo, particularmente o sumo sacerdote (por exemplo, Lv
4.3,5,16). Os profetas são chamados hoi christoi theou, “os ungidos de Deus”
(Sl 105.15). Um rei de Israel foi descrito em certa ocasião como christos tou
kuriou, “o ungido do Senhor” (1 Sm 2.10,35; 2 Sm1.14; Sl 2.2; 18.50; Hc 3.13);
o termo é usado até para se referir a Ciro (Is 45.1). O título ho christos, “o
Cristo”, não é usado acerca de Cristo na versão Septuaginta dos livros inspirados
do Antigo Testamento [...] (2004, p. 522).
Contudo, na aplicação direcionada para
o Novo Testamento, a palavra Cristo refere-se a Jesus. Ele é o Ungido por
excelência. Cristo é o “Título oficial de Jesus. Conferido-lhe pelo mesmo Deus
(At 1.16). [...] Evoca-lhe ainda o tríplice ofício: profeta, sacerdote e rei”.
(ANDRADE, 2007, p. 122). Assim também descreve Boyer, numa breve citação:
“Cristo, do gr., Ungido, e do heb., Messias: O Cristo quer dizer o Ungido”.
(2006, p. 184). Vine nos informa detalhes do comportamento do termo no contexto
neotestamentário e segundo ele a palavra não é usada estritamente como título,
porquanto diz:
[...] No Novo Testamento, a palavra é
usada muitas vezes com o artigo, referindo-se ao Senhor Jesus, como apelativo
em vez de título (Lc 2.11; 23.2; Jo 1.41). Três vezes o título foi
expressamente aceito pelo próprio Senhor (Mt 16.17; Mc 14.61,62; Jo 4.26).
É acrescentado como apelativo ao nome
próprio “Jesus” (por exemplo, Jo 17.3, a única vez que o Senhor assim se
referiu a Si mesmo; At 9.34; 1 Co 3.11; 1 Jo 5.6). É distintamente um nome
próprio em muitas passagens, quer com o artigo (por exemplo, Mt 1.17; 11.2; Rm
7.4; 9.5; 15.19; 1 Co 1.6), quer sem o artigo (Mc 9.41; Rm 6.4; 8.9,17; 1 Co
1.12; Gl 2.16). O título Christos é as vezes usado sem o artigo, e significa o
Único que pelo Espírito Santo e poder habita nos crentes e molda o caráter
deles de conformidade com a Sua semelhança [...] (2004, p. 522, grifo meu).
Desta forma, concluímos que a palavra
Cristo, ficou bem delineada. Expressão do aramaico Mesiha, do heb. Masiah, do
gr. Christós, do lat. Chistus, e traduzida na nossa língua como Messias.
(COENEN; BROWN, 2000, p. 1079).
Bibliografia:
ANDRADE, Claudionor Corrêa de.
Dicionário Teológico. 16º edição, revista e ampliada. 2007. CPAD – RJ.
COENEN, Lothar. BROWN, Colin.
Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2º edição. 2000. Vida
Nova – SP.
CHAMPLIN, Russell Norman. BENTES, João
Marques. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 4 M – O. 3º edição.
1995. Editora e Distribuidora Candeia – SP.
edição, 2004. CPAD – RJ.
VINE, W. E.;
UNGER, Merril F.; JR. Willian White. Dicionário Vine. 4
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