Entendemos que, a partir deste momento,
faz-se necessário tratarmos acerca da etimologia das palavras Cristo e Messias
de forma mais profunda. É notória a aparente diferença entre esses termos. Não
é comum para nós o uso do segundo, em relação ao primeiro. Porém ambos os termos
possuem o mesmo significado, só que em idiomas diferentes. Cristo é a forma grega de Messias,
que provém do aramaico e hebraico. Na prática, a real diferença está ligada a
sua aplicação. A expressão Christos,
traduzida na LXX no Antigo Testamento, é entendida como “aquele que fora ungido”.
A mesma palavra no Novo Testamento aplica-se a Jesus, o Filho de Deus, como um
adjetivo, qualificando-o como O Ungido por excelência. Já a palavra Messias, usada no Antigo Testamento, é assim definida pelo
escritor:
[...]
palavra, usada como o título oficial da figura central da esperança judaica, é
um produto do judaísmo posterior. Seu uso, naturalmente é validado pelo NT, mas
o termo se encontra apenas por duas vezes no AT (Dn 9.25,26) (DOUGLAS, Et all, 2006,
p. 860, 861).
E no Novo
Testamento indica:
O
termo hebraico mashiah ou aramaico meshiha’ é por duas vezes transliterado
para o grego na forma de messias (Jo
1.41, 4.25, e em ambas estas passagens o
termo recebe a interpretação christos).
Em outros lugares o termo se representa pelo grego christos (“ungido”, adjetivo verbal derivado de chrio “ungir”), o qual é transliterado
em português por “Cristo”. Entretanto, visto que no uso moderno, “Cristo” é praticamente
um nome alternativo ou adicional de Jesus, e não sugere imediatamente seu
sentido original, há versões que frequentemente traduzem o vocábulo christos por “Messias”, onde o sentido
original é claramente requerido. [...] O Messias é Jesus de Nazaré [...] (DOUGLAS,
Et All, 2006, p. 867, 868).
Desse modo, podemos observar que as
diferenças encontram-se somente nas aplicações em ambos os Testamentos. É
coerente a explicação de outros expoentes que concordam com o autor acima e
assim definem o termo Messias:
O termo hebraico mashiah significa ungido e vem de uma raiz hebraica que significa
untar. A Septuaginta traduziu essa palavra pelo vocábulo grego christós, ungido. Essa palavra grega foi
transliterada para o português, Cristo, em vez de ser traduzida, para Ungido.
Assim, o Cristo ou o Ungido, cumprem as expectações e simbolismo do ato de
ungir. Essa palavra, referindo-se ao esperado Messias, é um produto do judaísmo
posterior, ainda que desde tempos bem remotos, entre os hebreus, encontramos
indicações simbólicas. Somente por duas vezes, em todo o Antigo Testamento,
essa palavra é usada como um título oficial. Ver Dan. 9:25,26. O conceito
messiânico, pois, embora tivesse tido início no Antigo Testamento, (como no livro
de Isaías, onde não é usada a palavra hebraica específica), teve prosseguimento
durante o período intertestamentário, nos livros apócrifos e pseudepígrafos.
[...] A palavra grega Crhistós,
ungido, é de uso freqüente no Novo Testamento. Aparece por nada menos de
quinhentas e sessenta e nove vezes ali (CHAMPLIN, 1995, vol. 4, p. 241, grifo
do autor).
É possível percebermos a ausência de complexidade
entre os dois termos. Contudo, essa explicação é, como dissemos, necessária.
Depois de delinearmos a situação apresentada, abre-se um precedente para
desenvolvermos algum comentário sobre a
manifestação da unção.
Artigo extraído de: RODRIGUES, André. O Tríplice Ofício de Cristo: Profeta, Sacerdote e Rei. 2011, Editora Nossa Livraria - PE
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