IGREJA ABISSÍNIA, uma ramificação da Igreja Copta, no norte da Etiópia. Os abissínios, pelos relatos mais autênticos, foram convertidos à fé cristã por volta do ano 330, quando Frumêncio, sendo providencialmente elevado a um alto ofício, com o apoio da rainha da Etiópia, e ordenado bispo daquele país por Atanásio, patriarca de Alexandria, estabeleceu o Cristianismo, construiu igrejas e ordenou um clero regular para nelas celebrar as cerimônias religiosas. Os próprios cristãos abissínios, na verdade, reivindicam uma antiguidade muito superior, tendo uma tradição que diz que a doutrina de Cristo foi primeiramente introduzida entre eles pela Rainha Candace, At 8.27, ou mesmo pregada lá pelos apóstolos Mateus e Bartolomeu, mas a primeira não é apoiada por nenhuma evidência suplementar, e a última está em oposição ao testemunho superior. Alguns deles afirmam uma ligação com os israelitas, através da rainha de Sabá, tão antiga quanto o reino de Salomão.
OS CRISTÃOS abissínios sempre receberam seu abuna, ou patriarca, de Alexandria, de onde eles procedem, e conseqüentemente seu credo é monofisita, ou eutiquiano, afirmando apenas uma natureza na pessoa de Cristo, a saber, a divina, na qual eles consideram que todas as propriedades da humanidade são absorvidas, em oposição aos nestorianos.
COM O poder dos sarracenos prevalecendo no oriente, toda comunicação sendo praticamente interrompida entre as igrejas orientais e ocidentais, a igreja abissínia permaneceu desconhecida na Europa até quase o final do século quinze, quando João II, de Portugal, acidentalmente ficando sabendo da existência dessa igreja, mandou que se fizessem uma investigação. Isto levou a uma correspondência entre os abissínios e a igreja de Roma, e Bermudes, um português, foi consagrado patriarca da Etiópia pelo papa, e exigiu-se dos abissínios que eles recebessem a fé católica romana, em troca de alguma assistência militar oferecida ao imperador. Ao invés disto, entretando, o imperador mandou buscar um novo patriarca de Alexandria, aprisionou Bermudes, e declarou o papa um herético.
POR VOLTA da metade do século dezesseis, os jesuítas tentaram uma missão à Abissínia, na esperança de submetê-la à autoridade do papa, mas sem sucesso. Em 1588 uma segunda missão foi tentada, e foi bem sucedida no que diz respeito a introduzir um sistema de perseguição, que custou muitas vidas, e causou muitos problemas ao império. No século seguinte, entretanto, os jesuítas foram todos expulsos, a Abíssinia voltou à sua antiga fé, e nada mais foi ouvido da igreja da Abissínia, até a última parte do último século.
APÓS A expulsão dos jesuítas, todos os europeus foram proibidos. Também não parece que alguém tenha ousado entrar, até que o famoso Sr. Bruce, pelo relatório de sua experiência médica, conseguiu apresentar-se ao palácio real, onde ele até obteve promoção militar, e era tal a sua fama que foi com grande dificuldade que ele obteve permissão para voltar para a Inglaterra.
ENCORAJADOS, TALVEZ, por esta circunstância, os irmãos morávios tentaram uma missão a este país, mas em vão. Eles foram forçados a refugiarem-se no Grande Cairo, de onde, com permissão do patriarca, visitaram os coptas, em Behrusser, e formaram uma pequena sociedade. Mas em 1783, eles foram forçados a se mudarem dali e retornarem para a Europa. Mais recentemente, entretanto, o antigo rei da Abissínia (Itsa Takley Gorges) endereçou uma carta ao Sr. Salt, o cônsul britânico no Egito, e requisitou cópias de algumas partes do Velho e do Novo Testamento. Cópias dos Salmos, em etíope, tal como impressas pela British and Foreign Bible Society, também foram enviadas a ele.
ARTIGO EXTRAÍDO DE:
http://www.arminianismo.com/index.php?option=com_content&view=article&id=884:igreja-abissinia&catid=161&Itemid=41
Maravilhoso texto, eu sabia da existência desse reino cristão, e pensava que os responsável pelo conhecimento do evangelho fosse o eunuco do cap. 8 de Atos. Obrigado, querido, pela postagem, irei compartilha no meu grupo no facebook. Paz perfeita!
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