Depois da
inevitável queda de Saul, Davi é escolhido por Deus para assumir o reinado na
nação judaica. Inicialmente, sua escolha e também sua unção ocorrera de modo
oculto[1],
para não haver represálias por parte de Saul. “A unção não podia ter sido
realizada abertamente, pois nesse caso Saul teria matado Davi” (HALLEY, 2001,
p. 181). Logo após Samuel ungir Davi, conforme o mandado do Senhor, as
Escrituras retratam que “desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se
apoderou de Davi” (I Sm 16.13). Mulder (2009, vol. 2, p. 208) ressalta que isso
foi possível, unicamente, com a finalidade de “dotá-lo com sabedoria e poder”,
e para que servisse de “orientação para o cumprimento dos propósitos de Deus
para a sua vida”. Num pequeno trecho do livro de Atos, Lucas detalha as
palavras de Paulo no discurso aos judeus, na sinagoga de Antioquia da Pisídia[2],
dizendo:
O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos
pais e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito; e com braço
poderoso o tirou dela; e suportou os seus costumes no deserto por espaço de
quase quarenta anos. E, destruindo a sete nações na terra de Canaã, deu-lhes
por sorte a terra deles. E, depois disto, por quase quatrocentos anos, lhes deu juízes, até ao profeta Samuel.
E, depois, pediram um rei, e Deus
lhes deu, por quarenta anos, a Saul, filho de Quis, varão da tribo de Benjamim.
E, quando este foi retirado, lhes levantou
como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de
Jessé[3], varão conforme o meu coração, que
executará toda a minha vontade (At 13.17-22, ARC, grifo meu).