domingo, 19 de dezembro de 2010

PROTESTANTISMO EM CRISE - COMUNHÃO COM O PAGANISMO - Por André Rodrigues



É triste observar que o Protestantismo quase não mais protesta! Nesta época de final de ano, cristãos protestantes abraçam de maneira comum, o paganismo católico romano, com a famigerada expectativa natalina.
Não consigo ver nas Escrituras Sagradas, lugar para a Celebração do Nascimento de Jesus, entretanto, percebo sim, a Ordenança da Comemoração de sua Morte e posterior Ressurreição, que graças à Deus, ainda se evidencia...  Pelo menos até onde tenho conhecimento!
Autoridades históricas demonstram que, durante os primeiros 3 séculos da nossa era, os cristãos não celebraram o Natal. Esta festa só começou a ser introduzida após o início da formação daquele sistema que hoje é conhecido como Igreja Romana (isto é, no século 4o). Somente no século 5o foi oficialmente ordenado que o Natal fosse observado para sempre, como festa cristã, no mesmo dia da secular festividade romana em honra ao nascimento do deus Sol, já que não se conhecia a data exata do nascimento de Cristo.
Além desta pequena citação encontrada em um endereço na web, desejo fundamentar os argumentos contrários a esta festa através da autoridade de Russell Norman Champlin, PH. D., descritos na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, que diz:
Esboço da origem -
O Natal é uma celebração do dia do nascimento de Cristo, atualmente observado no dia 25 de dezembro. Em Roma, desde o ano de 336 D.C., essa data foi escolhida como o dia da celebração do nascimento de Cristo. Há certa incerteza sobre quando e por quê essa data foi escolhida. Nas páginas do Novo Testamento não há informes que nos ajudem a determinar o tempo certo, embora os pastores e os seus rebanhos no campo, à noite, não falem sobre o período do inverno. Historicamente falando, parece ter havido pouco interesse, entre os primeiros cristãos, pela celebração do nascimento de Cristo, através de uma data separada com essa finalidade, embora desde o começo, a sua ressurreição tenha sido celebrada semanalmente, ou seja, a cada primeiro dia da semana, que atualmente denominamos domingo.
A primeira evidência histórica de que dispomos para a celebração do dia do nascimento de Cristo nos chega da época de Hipólito, bispo de Roma, na primeira metade do século III D.C. A princípio, ele escolheu a data 2 de janeiro como o dia dessa celebração. Outros escolheram datas como 20 de maio, 18 ou 19 de abril, e 25 ou 28 de março. Antes disso, por algum tempo, 6 de janeiro fora observado como a data do nascimento espiritual de Cristo, ou seja, como a data em que ele foi batizado por João Batista. Mas alguns também observavam essa data como aquela que assinalava o seu nascimento físico. O mundo pagão celebrava a festa de Dionísio neste dia, uma celebração associada à duração maior dos dias. A noite de 5 para 6 de janeiro era devotada à festa do nascimento de Cristo, e o dia 6 de janeiro era devotado à celebração de seu batismo. Posteriormente, a epifania (manifestação) passou a ser celebrada a 6 de janeiro, e veio a ocupar toda a atenção da Igreja daquela época: e, entre os anos de 325 a 354 D.C., a festa do Natal foi transferida para o dia 25 de dezembro.
Alguns supõem que foi o imperador Constantino que estabeleceu o dia de Natal a 25 de dezembro, para substituir a festa pagã em honra ao Sol. [...] A festa pagã em foco tinha o propósito de celebrar o solstício de inverno, o renascimento do Sol, quando no hemisfério norte do globo terrestre, os dias começam a tornar-se mais longos. As saturnálias romanas, uma festividade dedicada a Saturno, deus da agricultura, também tinha lugar neste período do ano; alguns costumes próprios do Natal evidentemente foram tomados por empréstimo dessa festividade pagã. Quando o Sol começa a prover mais calor, a agricultura torna-se possível. Luz é vida. Por conseguinte, talvez tenha sido próprio para o império romano substituir uma festa pagã por uma celebração que tinha mais sentido para os cristãos do que a celebração das meras forças da natureza. [...]      
Quanto às árvores –
O uso das árvores de Natal originou-se nos costumes das tribos celtas e teutônicas que honravam as sempre-vivas (Erva da família das compostas, cujas inflorescências secas são vendidas como adorno, por não murcharem nem perderem a cor, e cujos capítulos são pequenos, solitários, de coloração muito variada) quando do solstício do inverno, em suas festas celebravam a vida eterna. Nos países de inverno rigoroso somente as sempre-vivas não perdem as folhas no inverno, o que explica o simbolismo da árvore de Natal. Portanto, essas árvores eram adoradas entre aqueles povos como uma promessa do retorno ao Sol.
Quanto ao São Licolau –
O gordo, bonachão e barbado Papai-Noel deriva-se de São Nicolau, do século IV D.C. Bispo na Ásia Menor, Nicolau era, na realidade, um homem de aparência bastante austera, embora com reputação de homem que fazia o bem e era generoso. E essa foi a parte de seu caráter que inspirou o costume de distribuir presentes e brinquedos na época natalina (2008, p. 454, 455).
Ainda temos o testemunho de mais autoridades corroborando com a primeira:
A Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso, de Schaff-Herzog, explica claramente em seu artigo sobre o Natal:

"Não se pode determinar com precisão até que ponto a data desta festividade teve origem na pagã Brumália (25 de dezembro), que seguia a Saturnália (17 a 24 de dezembro) e comemorava o nascimento do deus sol, no dia mais curto do ano.

As festividades pagãs de Saturnália e Brumália estavam demasiadamente arraigadas nos costumes populares para serem suprimidos pela influência cristã. Essas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam a seus irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã.

Recordemos que o mundo romano havia sido pagão. Antes do século 4o os cristãos eram poucos, embora estivessem aumentando em número, e eram perseguidos pelo governo e pelos pagãos. Porém, com a vinda do imperador Constantino (no século 4o) que se declarou cristão, elevando o cristianismo a um nível de igualdade com o paganismo, o mundo romano começou a aceitar este cristianismo popularizado e os novos adeptos somaram a centenas de milhares.

Tenhamos em conta que esta gente havia sido educada nos costumes pagãos, sendo o principal aquela festa idólatra de 25 de dezembro. Era uma festa de alegria [carnal] muito especial. Agradava ao povo! Não queriam suprimi-la."

O artigo ainda  revela como Constantino e a influência do maniqueísmo (que identificava o Filho de Deus com o sol) levaram aqueles pagãos do século 4o (que tinham [pseudamente] se "convertido em massa" ao [pseudo] "cristianismo") a adaptarem a sua festa do dia 25 de dezembro (dia do nascimento do deus sol), dando-lhe o título de dia do natal do Filho de Deus.

Assim foi como o Natal se introduziu em nosso mundo ocidental! Ainda que tenha outro nome, continua sendo, em espírito, a festa pagã de culto ao sol. Apenas mudou o nome. Podemos chamar de leão a uma lebre, mas por isto ela não deixará de ser lebre.


A Enciclopédia Britânica diz:
"A partir do ano 354 alguns latinos puderam mudar de 6 de janeiro para 25 de dezembro a festa que até então era chamada de Mitraica, o aniversário do invencível sol... os sírios e os armênios idólatras e adoradores do sol, apegando-se à data de 6 de janeiro, acusavam os romanos, sustentando que a festa de 25 de dezembro havia sido inventada pelos discípulos de Cerinto."
É nesta esperada festa que grande parte de crentes se envolvem. Não desejo ser um super cristão sem pecados, mas compactuar de maneira deliberada com o paganismo é demais! Muitos dos nossos irmãos, com a desculpa de que alguns integrantes da família não professam a mesma fé até enfeitam vossas casas, e ficam com os corações cheios de alegria.
Isto é uma vergonha! Onde está o Protestantismo?
Eu, André Rodrigues, sou anti-natal, anti-culto natalino. Não comungo deliberadamente com o paganismo. 

Fontes:
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia (Vol. 4)
Dicionário Aurélio - Versão Eletrônica.




sábado, 18 de dezembro de 2010

ATOS DOS APÓSTOLOS

 Este livro, logo no começo, declara ser uma continuação do Evangelho de São Lucas, e seu estilo indica que ele foi escrito pela mesma pessoa. A evidência externa é também muito satisfatória, pois além de alusões em autores primitivos, e particularmente em Clemente Romano, Policarpo e Justino Mártir, os Atos dos Apóstolos não são apenas citados por Ireneu, como escritos por Lucas o Evangelista, mas há poucas coisas registradas neste livro que não são mencionadas por esse pai primitivo. Este forte testemunho em favor da genuinidade dos Atos dos Apóstolos é apoiado por Clemente de Alexandria, Tertuliano, Jerônimo, Eusébio, Teodoreto e a maioria dos pais posteriores. Pode ser acrescentado que o nome de São Lucas está prefixado a este livro em muitos manuscritos gregos antigos do Novo Testamento, e também na antiga versão siríaca.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O ESTABELECIMENTO DO SUSTENTO PASTORAL NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTOS - Por André Rodrigues

É comum o conhecimento de que toda estrutura carece de líderes. Na nação de Israel não era diferente. Não quero dizer com isso, líder social, político, ou coisa semelhante, mas desejo limitar-me, a líderes espirituais a frente do rebanho de Deus, que são os Seus pastores. Neste contexto, veterotestamentário, a nomenclatura não se define desta maneira, e sim sacerdotes, e ainda numa escala generalizada, poderiam incluir os levitas, que também serviam no Templo.

Entretanto, restringindo-se a figura do sacerdote, como representante do povo diante de Deus e líder espiritual da congregação, Deus faz compreensão aos tais que deveriam manter-se firmes no trabalho espiritual em detrimento ao secular. Considerando que os sacerdotes eram os servos espirituais do povo, não podiam trabalhar para ganhar a vida da mesma maneira que os outros (1) . Por isso, o Senhor, cria um ambiente favorável a que o sacerdote fosse sustentado pela congregação de Israel, a fim de poderem assistir da melhor maneira possível àquele povo.
De acordo com Vine (2) , um sacerdote, “kõhen”, “é ministro autorizado da deidade, que ministra no altar e em outros ritos cultuais”. Além disso: “cumpre deveres sacrificais, ritualistas e mediadores. Ele representa o povo diante de Deus”. Em presença de tais responsabilidades perante Deus e o povo é mister que este representante receba sua uma porção cabível ao seu sustento. Em Números 18, quando o Senhor se dirige a Arão, diz: “[...] E eu, eis que te tenho dado a guarda das minhas ofertas alçadas, com todas as coisas santas dos filhos de Israel; por causa da unção as tenho dado a ti e a teus filhos por estatuto perpétuo” (v. 8).
E, em outro lugar se diz:

Os sacerdotes levitas, toda a tribo de Levi, não terão parte nem herança em Israel; das ofertas queimadas do Senhor e da sua herança comerão. Pelo que não terão herança no meio de seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como lhe tem dito. Este, pois, será o direito dos sacerdotes, a receber do povo, dos que sacrificarem sacrifício, seja boi ou gado miúdo: que darão ao sacerdote a espádua, e as queixadas, e o bucho. Dar-lhe-ás as primícias do teu cereal, do teu mosto e do teu azeite e as primícias da tosquia das tuas ovelhas. Porque o Senhor, teu Deus, o escolheu de todas as tuas tribos, para que assista a servir no nome do Senhor, ele e seus filhos, todos os dias. (Dt. 18.1-5, ARC).

sábado, 20 de novembro de 2010

FLÁVIO JOSEFO

Flavius Josephus era um oficial militar e um historiador (37-100 DC). Josefus nasceu em uma família sacerdotal aristocrata de Jerusalém. Ele tinha parentesco, pelo seu lado materno, com os Hasmonean. Na sua juventude , ele chamava atenção por causa de sua memória e facilidade no aprendizado. Quando adolescente, ele se afiliou a um setor ascético (aquele que se nega fisicamente para ficar mais forte espiritualmente). Depois disso ele se tornou um fariseu.

Em 64 DC, Josephus era membro de um partido mandado a Roma para proteção e libertação de alguns sacerdotes. A capital do Império causou uma impressão indelével nele. Após o seu retorno a Jerusalém, estorou a primeira revolta judaica (66 DC) O Sinédrio apontou Josephus como o comandante da Galiléia. Ele organizou bem a província, no entanto contraiu a oposição de John de Gischala, o ex-líder da Galiléia. O conflito entre as tropas desses dois homens continuou até a chegada do                                                                     general romano Vespasian na primavera de 67.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PHILIPP JAKOB SPENER


(1635–1705)

Líder e Reformador Alemão Luterano Pietista
Spener nasceu na vila alsaciana de Rappoltstein quando a "Guerra dos Trinta Anos" estava em seu auge.
O clima espiritual poderia ser precisamente descrito como seco, formal - uma religião de mente disciplinada. Os ministros eram treinados nas proposições do luteranismo ortodoxo e na arte do debate filosófico, ferramentas necessárias para defender os fiéis de sua teologia mecânica. Os que mais se assemelhavam a eles na Reforma, os calvinistas, e a Igreja Católica Romana ambos eram considerados inimigos da verdadeira fé. Os debates eram numerosos; a igreja cristã foi dividida. O luteranismo nos dias de Spener se degenerou para uma religião intelectual e tinha pouca relevância para o homem comum.

Spener cresceu numa atmosfera altamente protetora e profundamente religiosa. Quando jovem era um leitor ávido e seu livro favorito depois da Bíblia era Cristianismo Verdadeiro, de Johann Arndt. Este livro contribuiu muito para formar o pensamento de Spener, abordando o limitado valor da doutrina ortodoxa e a importância de uma vida piedosa e do amor atuante. Spener começou a estudar teologia em Strassburg, onde foi aluno do rigoroso luterano J.K. Dannhauer (1651-1659). Depois ele passou alguns anos como estudante itinerante (1659-1662), em Basle, Geneva, Stuttgart e Tübingen. Em Geneva entrou em contato com a teologia da Reforma e Jean de Labadie, que pregava as doutrinas do arrependimento e da regeneração. Todas essas experiências contribuíram para a formação da vida e do pensamento de Spener.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

SINAGOGAS (SÍNTESE)































VISÃO GERAL

A sinagoga era a casa de adoração dos judeus. Era um prédio ou um lugar usado pelos judeus para se encontrar, estudar e orar.

AS ORIGENS E A HISTÓRIA PRIMITIVA

Não sabemos exatamente como ou quando a sinagoga começou. O templo onde os judeus adoravam em Jerusalém foi destruído pelos babilônios em 586 A.C. O povo que permaneceu na cidade e em volta dela ainda precisava se encontrar para adorar. Eles queriam continuar ensinando a lei e a mensagem dos profetas. Os judeus de outros lugares tinham necessidades parecidas. As sinagogas devem ter tido a sua origem em tal situação. Em Neemias 8:1-8 a comunidade de exilados se juntou em Jerusalém. Esdras, o escriba, trouxe a lei, a leu de um púlpito de madeira e deu a interpretação para que o povo entendesse a leitura. Quando Esdras abençoou o Senhor, o povo abaixou suas cabeças e adorou. Esses se tornaram os elementos básicos da adoração na sinagoga. A primeira evidência clara de uma sinagoga vem do Egito no século 3 A.C.

AS SINAGOGAS NA ÉPOCA DO NOVO TESTAMENTO

As escrituras dão a impressão de muitas sinagogas existentes na Palestina. Jesus freqüentemente ensinava em sinagogas (veja Mateus 4:23; Mateus 9:35), especialmente durante o seu ministério galileu. Em João 18:20, Jesus falou em seu julgamento diante do sumo sacerdote: "Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde todos os judeus se congregam," (RSV).

O livro de Atos se refere a sinagogas em Jerusalém (Atos 6:9), Damasco (Atos 9:2), Chipre (Atos 13:5), Antioquia (Atos 13:14; 14:1), Macedônia e Grécia (Atos 17:1, 10, 17; 18:4) e Éfeso (Atos 19:8)



A ADORAÇÃO NA SINAGOGA

Os evangelhos e o livro de Atos geralmente falam da reunião do povo judeu no sábado para adorar na sinagoga. As pessoas também se encontravam para adorar no segundo e no quinto dia da semana. O culto na sinagoga começava com a confissão da fé recitando Deuteronômio 6:4-9, 11:13-21 e Números 15:37-41, seguido de oração e leitura das escrituras. A leitura da lei era básica (veja Atos 15:21) e era feita de acordo com um ciclo de três anos. Os profetas também eram lidos, mas mais casualmente. Ai vinham as interpretações. Conforme o conhecimento do hebraico bíblico foi diminuindo na Palestina, uma tradução em aramaico das escrituras era lida depois da leitura em hebraico. Depois disso um discurso era dado. Qualquer um que fosse qualificado poderia falar ao povo, como fazia Jesus e o apóstolo Paulo. O culto terminava com uma benção.

FUNÇÕES JUDICIAIS

O trabalho da sinagoga também incluía a administração da justiça. Aqueles que infringiam a lei ou que eram acusados de atos contrários a lei judaica eram trazidos diante dos anciãos da sinagoga. Eles podiam, em circunstâncias extremas, excluir o ofensor da sinagoga (veja João 9:22, 34-35; 12:42) ou mandar que ele fosse açoitado. Jesus avisou os seus discípulos para estarem preparados para enfrentar qualquer uma das duas situações (Mateus 10:17; João 16:2). Saulo, como perseguidor dos cristãos, enviou cartas endereçadas a sinagoga de Damasco. Foi-lhe dada autorização para prender cristãos e trazê-los de volta a Jerusalém (Atos 9:2).

O ENSINAMENTO DA LEI

A leitura da lei era o significado central de adoração. Os ensinamentos da lei, especialmente para crianças, era intimamente associada com a sinagoga.


ORGANIZAÇÃO

O Novo Testamento se refere (Marcos 5:22, Lucas 13:14; Atos 18:8, 17) a dois cargos em particular na sinagoga. O "governador da sinagoga" que era responsável pela ordem e pela seleção do leitor da escritura. Um atendente (Lucas 4:20) tirava e guardava os rolos da escritura. Mais tarde uma pessoa foi escolhida como líder de oração.

Artigo extraído da ILÚMINA.

sábado, 23 de outubro de 2010

O QUE É UM "TIPO"

Esta palavra não é usada freqüentemente na Escritura; mas o que ela significa admite-se ser muito freqüentemente deduzido. Usualmente consideramos um tipo como um modelo, um padrão, ou uma semelhança geral de uma pessoa, um evento, ou uma coisa que está para surgir: e nisto ela difere de uma representação, um memorial, ou uma comemoração de um evento, etc., que já aconteceu. O Espírito de Deus adotou uma variedade de meios para indicar seu perfeito pré-conhecimento de todos os eventos, e seu poder para controlá-los. Isto é algumas vezes declarado por profecia verbal expressa; algumas por ações específicas desempenhadas por comando divino; e algumas por aqueles eventos peculiares, nas vidas de indivíduos, e a história ou as observâncias religiosas dos israelitas, que foram originadas para possuir uma referência intentada a algumas partes da história do Evangelho. O ponto principal, diz Chevallier, em uma pesquisa nestes tipos históricos, é estabelecer o fato de uma ligação planejada previamente entre as duas séries de eventos. Nenhuma similaridade, em si, é suficiente para provar tal correspondência. Até mesmo aqueles registrados na Escrituras são registrados sob circunstâncias muito diferentes. Se o primeiro evento for declarado ser típico, na hora quando ele ocorre, e o segundo corresponde com a predição dessa forma proferida, não pode haver dúvida de que a correspondência foi intentada. Se, antes da ocorrência do segundo evento, for proferida uma profecia diferente, que irá acontecer, e que corresponderá com algum evento prévio; o cumprimento da profecia fornece uma prova intrínseca, que a pessoa que a deu falou por inspiração divina. Não pode, deste fato, seguir, que os dois eventos foram ligados por um plano formado antes de cada um deles ocorrer; mas certamente segue, que o segundo evento, em alguma medida, tinha referência com o primeiro; e que qualquer grau de ligação, por tal profeta, suposta existir, realmente existiu. Se, novamente, nenhuma declaração específica for feita, com respeito ao caráter típico de qualquer evento ou pessoa, até depois do segundo evento ter ocorrido, que é então declarado ter sido prefigurado; o fato da ligação planejada previamente se apoiará unicamente sob a autoridade da pessoa que sugere a afirmação. Mas, se sabemos, de outras fontes, que suas palavras são palavras de verdade, nossa única pesquisa será, se ele inconfundivelmente afirma, ou claramente infere, a existência de uma correspondência intentada. O fato, então, de uma ligação planejada previamente entre duas séries de eventos, é capaz de ser estabelecida de três maneiras: e os tipos históricos podem ser conseqüentemente ordenados em três divisões principais. Alguns deles fornecem evidência intrínseca, que as Escrituras, que os registra, são dadas por inspiração de Deus; os outros podem ser provados existir somente assumindo esse fato: mas todos, quando uma vez estabelecidos, revelam o poder e a sabedoria extraordinários de Deus; e a importância desse plano de redenção, que foi anunciado ao mundo com tais elaborações magníficas. Contemplando este sistema maravilhoso perecebemos uma grande intenção entrelaçada, não somente nas profecias verbais e nos eventos extraordinários da história dos israelitas, mas nas negociações ordinárias das vidas de indivíduos escolhidos, até mesmo desde a criação do mundo. Adão era “a figura daquele que havia de vir,” Rm 5.14. Melquisedeque foi “feito semelhante ao Filho de Deus,” Hb 7.3. Abraão, no curso de eventos em que ele estava empenhado pelo comando especial do Céu, foi permitido ver o dia de Cristo, Jo 8.56; e Isaque foi recebido dos mortos “em figura,” Hb 11.19. Num período posterior, o cordeiro pascal foi ordenado ser sacrificado, não somente como um memorial da libertação imediata, que foi instituído para realizar e comemorar, mas também como um memorial contínuo daquilo que estava para ser “cumprido no reino de Deus,” Lc 22.16. Moisés foi levantado para libertar o povo de Israel; para ser-lhes um legislador, um profeta, um sacerdote; e possuir a autoridade real, se não o título de rei. Mas, durante o período inicial de sua vida, ele próprio foi ensinado, que um grande profeta devia ser levantado como ele; diante de sua morte ele proferiu a mesma profecia ao povo; e, depois desse acontecimento, os israelitas continuamente esperavam por esse fiel profeta, que devia responder as suas indagações, 1Macabeus 4.46; 14.41. Todos os seus profetas apontavam para algum legislador maior, que devia introduzir uma nova lei em seus corações, e gravá-las em suas mentes, Jr 31.33. Todo o povo de Israel foi também feito, em alguns casos, intencionalmente representante de Cristo: e os eventos, que ocorreram em sua história nacional, distintamente faziam referência a ele. Durante suas viagens no deserto, Deus não se deixou sem testemunho, que devia possuir referência ao grande plano do Evangelho. Eles comeram comida espiritual. Era um símbolo do verdadeiro pão da vida, que desceu do céu, Jo 6.38. “Bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo,” 1Co 10.4. Eles foram assolados de serpentes; e uma serpente de bronze foi levantada sobre uma vara, para que todo aquele que olhasse pudesse viver. Era uma figura perceptível do Filho do homem, que devia de maneira semelhante ser levantado; “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna,” Jo 3.15. Além disso, suas ordenanças religiosas eram somente “uma alegoria para o tempo presente,” Hb 9.9. Seu tabernáculo foi feito segundo o modelo das coisas celestiais, Hb 8.5; Êx 25.9, 40; e foi intentado prefigurar o “maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos,” Hb 9.11. O sumo sacerdote era um representante vivo do grande “sumo sacerdote da nossa confissão,” Hb 3.1: e os sacrifícios levíticos claramente faziam referência àquele grande sacrifício pelos pecados. Josué filho de Num tipificou Jesus no nome: e por suas conquistas terrenas em alguma medida prefiguravam os triunfos celestiais de seu Senhor. Num período subseqüente, Davi não foi nenhum tipo indistinto do “Messias, o Príncipe,” Dn 9.25, por um longo período humilhado, e finalmente triunfante sobre seus inimigos. E o governo tranqüilo de Salomão prefigurava o descanso e paz eternos, que resta ao povo de Deus. Em uma época ainda mais avançada, a preservação miraculosa do profeta Jonas exibia um sinal, que foi cumprido na ressurreição de Cristo. E quando o templo foi reconstruído, Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e seus companheiros, foram anunciados como “homens portentosos,” representantes do Renovo, que devia, na plenitude dos tempos, ser levantado do tronco de Jessé, Zc 3.8; Is 11.1. A ilustração, então, a ser derivada dos tipos históricos do Velho Testamento, é encontrada espalhada por todo o período, que estende desde a criação do mundo, até o tempo quando a visão e a profecia foram encerradas. E toda a luz, que emana de pontos tão diversos, está concentrada na pessoa de Cristo.

Artigo extraído do Blog Arminianismo.com (http://www.arminianismo.com

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A "LEI" EM ROMANOS

O termo "lei" (nomos) ocorre mais de 70 vezes nesta epístola, e nem sempre com o mesmo sentido. Na maioria das vezes, significa a lei de Deus numa forma ou noutra, mas há alguns lugares onde o sentido é diferente. Eis os seus principais significados, em ordem ascendente de freqüência.

1. O Pentateuco. Quando se nos diz que a justiça de Deus mediante a fé é "testemunhada pela lei e pelos profetas" (3:21), "a lei" significa os primeiros cinco livros do Velho Testamento, como "os profetas" é uma designação compreensiva dos livros restantes. Este é um uso comum no Novo Testamento, e reflete a aplicação judaica da palavra hebraica torah, não somente à lei no sentido mais estrito, mas aos cinco livros que contêm proeminentemente a lei. O Velho Testamento em sua totalidade. Em 3:19 Paulo diz: "sabemos que tudo o que a lei diz aos que vivem na lei o diz." "Tudo o que a lei diz" refere-se a uma corrente de citações bíblicas feitas nos versículos anteriores (10-18); mas dessas citações, cinco são dos Salmos e uma de Isaías. Se é "a lei" que diz essas coisas, "a lei" só pode significar uma coisa: a Bíblia hebraica — o nosso Velho Testamento.

2. Um princípio. Em 3:27, tendo estabelecido que Deus justifica homens e mulheres pela fé, Paulo diz que, sendo este o caso, não há lugar para vangloria. "Por que lei? das obras? Não, pelo contrário, pela lei da fé." Aí a "lei das obras" (não se confunda com "as obras da lei") e a "lei da fé" indicam dois princípios contrastados, pelos quais os homens podem procurar assegurar-se da aceitação de Deus.

Em 7:21 Paulo, considerando o conflito moral que assola os domínios da alma, descobre urna "lei" — isto é, um princípio — de que, "ao querer fazer o bem(...) o mal reside em mim". No mesmo contexto, o conflito moral propriamente dito é visto como conflito entre duas leis ou princípios: primeiro, a lei ou princípio que o mantém atado ao domínio do pecado (7:23, 25); segundo, "a lei da minha mente", que reconhece a bondade da lei de Deus e deseja cumpri-la (7:23). Mas quando ainda outro princípio começa a agir na alma — "a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus" — este se mostra mais forte do que a "lei (princípio) do pecado e da morte", e livra a alma da escravidão imposta por esta (8:2).

3. A lei de Deus. Para um homem com a herança e o treinamento de Paulo, era a coisa mais natural igualar a lei de Deus à lei de Moisés — em outras palavras, a lei como Deus a deu a Israel mediante Moisés (para não falar da expansão oral da lei escrita que, segundo a tradição rabínica foi dada a Moisés no Sinai tão verdadeiramente — pelo menos em teoria — como a própria lei escrita). Foi nesta forma que Paulo tinha vindo a conhecer a lei de Deus em sua própria experiência. Se (contrariamente a muitos exegetas de hoje em dia) consideramos 7:7-13 como fragmento de uma autobiografia espiritual, Paulo conta que foi a sua primeira percepção da lei que pela primeira vez o tornou consciente do pecado. E que ele tem em mente a lei mosaica fica evidente pelo fato de que a lei particular que seleciona para ilustrar o ponto de que trata é um dos Dez Mandamentos — "Não cobiçarás".

Quando trata da situação dos judeus, que se alegravam por serem o povo da lei (2:17, 23), e se esforçavam para garantir sua aceitação da parte de Deus mediante o cumprimento das exigências da lei (9:31, 10:3), é naturalmente a lei mosaica que está na mente de Paulo. Quando ele fala, em 5:13s., 20, como se a "lei" fosse desconhecida no período decorrido Adão a Moisés — quer dizer, até o dia em que Deus falou no Sinai — podemos traçar a mesma equação da lei de Moisés com a lei de Deus. Na verdade, quando está mostrando como os cristãos devem viver, e está acentuando a supremacia da lei do amor, Paulo formula a lei do amor (como fizera Jesus antes dele) com um mandamento extraído do Pentateuco: "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (13:9, citando Lc 19:18). E quando ele diz que "o cumprimento da lei é o amor" (13:10), ilustra o que pretende dizer por "lei" citando um certo número de mandamentos do Decálogo.

Mas em tudo isso Paulo está usando a lei de Israel, a notável e — para ele e para muitos dos seus leitores —' a mais bem conhecida manifestação da lei divina. Quando, em 7:1, ele apela para que os seus leitores, como pessoas "que conhecem a lei", concordem com ele em que "a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida", os exegetas podem discutir se ele se refere à lei judaica ou à lei romana, mas isto não afeta o seu argumento nessa passagem, o qual é igualmente válido, tenha ele em mente a lei judaica, ou a romana, ou simplesmente a lei em geral. Qualquer que seja a comunidade em que uma pessoa viva, está sujeita à lei dessa comunidade. E Paulo, que sustentava que "não há autoridade que não proceda de Deus" (13:1),' sustentaria igualmente que não há lei senão a que é dada por Deus.

De novo, quando argumenta que, diante de Deus, os judeus e os gentios estão na mesma situação quanto a seu fracasso em fazer a Sua vontade, ele demonstra que, embora os judeus tenham tido em sua lei uma revelação especial da vontade de Deus, os gentios não foram totalmente privados do conhecimento da vontade divina. Diz o apóstolo: "Quando, pois, os gentios que não têm lei, procedem por natureza de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada nos seus corações, testemunhando-lhes também a consciência, e os seus pensamentos mutuamente acusando-se ou defendendo-se" (2:14). Quer dizer, os gentios não tinham recebido a torah completa, e nem mesmo os Dez Mandamentos, mas tinham noção do certo e do errado; tinham como que embutida em si certa consciência da verdadeira essência da lei de Deus. Assim, quando Paulo diz (3:20) que pela lei2 vem o nosso conhecimento do pecado, diz algo que é verdade tanto a respeito dos judeus como dos gentios. E quando, no mesmo contexto, diz que "ninguém será justificado diante dele (diante de Deus) por obras da lei", isso também é igualmente válido para judeus e gentios. Seja que as "obras da lei" sejam realizadas de acordo com um código promulgado por expressa autoridade divina, seja de acordo com os ditames da consciência, da lei moral interior, "a austera filha da voz de Deus", no dizer de Wordsworth, seja ainda de acordo com um padrão aceito de comportamento decente — não importa qual, não são estas as bases sobre as quais os homens são aceitos por Deus. Seja qual for destas formas que a "lei" tome, é certo cumpri-la. É errado, na verdade é desastroso quebrantá-la, ou desafiá-la, ou ignorá-la. Mas é inútil imaginar que, guardando-a, podemos acumular um estoque de méritos na tesouraria celeste. Deus deu lei aos homens para uma variedade de propósitos, è há muitos usos para ela. Mas quando se trata de justificar Deus os homens, Ele procede de modo mais excelente.

Portanto, a lei, qualquer que seja a forma em que apareça, é lei de Deus — "santa, justa e boa" (7:12). Se, como Paulo insiste, ela não foi dada para servir de meio para a justificação dos homens, por que foi dada? A esta interrogação a Epístola aos Romanos oferece diversas respostas, que podem ser ordenadas sob quatro títulos principais.

(1) Foi dada para ser uma revelação de Deus e de Sua vontade. A distinção entre o certo e o errado não é simples questão de convenção social. Está arraigada no ser e no caráter de Deus, e gravada na constituição do ser humano, criado como foi à imagem de Deus. A lei é lei de Deus e, como o próprio Deus, é "verdadeira e totalmente justa" (Sl 19:9; ver 7:12,16, 22).

(2) Foi dada para o bem-estar e a preservação da raça humana. Esta finalidade em particular é principalmente atendida pelo governo civil que (como se vê claramente exposto em 13:1-7) é um ministério ordenado por Deus para amparar e estimular a prática do bem, e reprimir e castigar a prática do mal.

(3) Foi dada para pôr o pecado às claras, e para levar os homens ao arrependimento e à confiança na graça de Deus. Embora em teoria o homem que guardar a lei viverá por ela (Rm 10:5), na prática ninguém é justificado pelas obras da lei, por causa do fracasso universal em guardá-la perfeitamente (3:20, 23). A tendência inata do homem, de ir contra a vontade de Deus, manifesta-se em atos concretos de desobediência quando a vontade divina é revelada na forma de mandamentos específicos (5:13), de modo que "pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (3:20; 7:7). Mas o homem que experimentou o poder que a lei tem de trazer o seu pecado à luz, juntamente com a incapacidade da lei de conseguir-lhe a condição de justo aos olhos de Deus, é o que está mais disposto a lançar-se com fé à graça de Deus, revelada em Cristo, como o único meio de obter sua justificação. Assim, conforme Paulo o coloca noutra epístola, "a lei foi nosso guardião até quando Cristo veio, para que fôssemos justificados pela fé" (Gl 3:24, RSV). Mas agora que Cristo veio, Ele "é o fim da lei para que todo aquele que tem fé seja justificado" (10:4, RSV) — quer dizer, Ele não só cumpriu a lei pessoalmente, por Sua perfeita submissão à vontade de Deus mas, visto que o caminho de Deus para a justiça foi aberto em Cristo, Ele assinala a substituição ou o "fim" da lei, mesmo como um meio teórico de justificação. Os que são justificados pela fé nEle, não estão "debaixo da lei, e, sim, da graça" (6:14).

(4) Foi dada para prover orientação para a vida do cristão. Graças à habitação do Espírito no coração daqueles que estão "em Cristo Jesus", as justas exigências da lei se cumprem neles com divina espontaneidade quando vivem "segundo o Espírito" (8:3). Entretanto, mesmo assim Paulo acha necessário, num ponto mais avançado da epístola, registrar princípios bem minuciosos para orientar a vida dos cristãos, para que possam "provar (por experiência) qual é a vontade de Deus, que é boa, aceitável e perfeita" (12:1, RSV). Estes princípios de orientação coincidem com o que em outra parte ele denomina "a lei de Cristo" (Gl 6:2). Conquanto Paulo mesmo não estivesse "debaixo da lei, e, sim, da graça" quanto à sua aceitação da parte de Deus, embora se alegrasse por estar libertado "da lei", de modo que agora servia "não sob o velho código escrito mas na nova vida do Espírito" (7:6, RSV), contudo, podia dizer de si como "não estando sem lei para com Deus, mas sob a lei de Cristo" (1 Co 9:21, RSV). Esta lei de Cristo, porém, é a lei do amor, que Ele encarnou e legou como "novo mandamento" aos Seus discípulos. Além disso, a lei do amor sintetiza e leva à perfeição as antigas prescrições do Decálogo. "Quem ama ao próximo, tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor" (13:8-10).

Deste modo, o Evangelho de Paulo fica plenamente absolvido da acusação de antinomismo. Quando os homens são justificados pela fé, o certo continua certo, o errado continua errado, e a vontade continua a ter o governo de suas vidas. Mas para eles a vontade de Deus não fica encerrada como relíquia num código externo de regulamentos: é implantada em seus corações como um novo princípio de vida. Como Paulo, eles estão para todo o sempre sujeitos à "lei de Cristo". A minuciosa semelhança existente entre as orientações éticas de 12:l-15t4 e o sermão do monte (Mt 5-7) amplamente autoriza descrever aquelas orientações como "a lei de Cristo". A lei de Cristo não é mais capaz de justificar o pecador do que a lei de Moisés. Quer como está expressa nas orientações éticas de 12:1, quer como está expressa no sermão do monte, a lei de Cristo — a lei do amor — estabelece um padrão muito mais elevado do que os Dez Mandamentos. "O sermão do monte não é, como muita gente de boa fé imagina hoje em dia, o cumprimento ou a essência do Evangelho. É o cumprimento da lei." Apresenta o padrão pelo qual os discípulos — em outras palavras, os que foram justificados pela fé — devem viver. Aqueles em cujos corações o amor de Deus foi "derramado" pelo Espírito Santo, são capacitados pelo mesmo Espírito a cumprir a lei de Cristo por aquele amor a Deus e ao homem que é o reflexo do amor de Deus e a maneira própria pela qual respondem a ele.


Artigo extraído do Livro ROMANOS INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO F. F. Bruce. M.A., D.D. Catedrático de Crítica Bíblica e de Exegese Bíblica
na Universidade de Manchester (Rylands) Série Cultura Bíblica.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ABOMINAÇÃO



Este termo foi usado em relação aos hebreus, que, sendo pastores, dizem terem sido uma abominação aos egípcios, pois eles sacrificavam os animais considerados sagrados por aquele povo, como bois, bodes, ovelhas, etc., o que os egípcios consideravam ilícito. Esta palavra também é empregada nas Escrituras Sagradas com referência à idolatria e aos ídolos, não apenas porque a adoração de ídolos é em si uma coisa abominável, mas igualmente porque as cerimônias dos idólatras eram quase sempre de natureza infame e licenciosa. Por esta razão, Crisóstomo afirma que todo ídolo, e toda imagem de um homem, era chamada abominação entre os judeus. Alguns intérpretes supõem que a “abominação da desolação” predita pelo profeta Daniel 10.27, 11.31, denota a estátua de Júpiter Olímpio, que Antíoco Epifânio mandou construir no templo de Jerusalém. A segunda passagem citada acima pode provavelmente referir-se a esta circunstância, visto que a estátua de Júpiter, de fato, “desolava,” ao banir a verdadeira adoração de Deus, e aqueles que a praticavam, do templo. Mas a primeira passagem, considerada em todo seu contexto, tem relação mais imediata com aquilo que os evangelistas denominaram a “abominação da desolação,” Mt 24.15, 16; Mc 13.14. Isto, sem dúvida, significa as bandeiras dos exércitos romanos sob o comando de Tito, durante o último cerco de Jerusalém. As imagens de seus deuses e imperadores eram esboçadas nestas bandeiras, e as próprias bandeiras, especialmente as insígnias, que eram carregadas à frente dos regimentos, eram objetos de adoração, e, de acordo com o uso comum da Escritura, elas eram portanto uma abominação. Essas bandeiras foram colocadas sob as ruínas do templo depois que ele foi tomado e demolido, e, como Josefo nos informa, os romanos sacrificaram a elas lá. O horror com que os judeus as consideravam, suficientemente aparece do relato que Josefo dá de Pilatos introduzindo-as na cidade, quando ele enviou seu exército de Cesaréia às bases de inverno em Jerusalém, e de Vitélio propondo marchar pela Judéia, depois de ter recebido ordens de Tibério para atacar Aretas, rei de Petra. O povo suplicava, protestava e induzia tanto Pilatos a retirar o exército quanto Vitélio a pôr em marcha suas tropas para outro caminho. Os judeus aplicaram a passagem de Daniel acima aos romanos, como nos informa Jerônimo. O erudito Sr. Mede é da mesma opinião. Sir Isaac Newton, Obs. on Daniel xi, xii, observa que no décimo sexto ano do imperador Adriano, 132 a.C., os romanos cumpriram a predição de Daniel ao construir um templo a Júpiter Capitolino onde o templo de Deus em Jerusalém estava localizado. Nesta ocasião, os judeus, sob a direção de Barcochab, pegaram em armas contra os romanos, e na guerra tiveram cinquenta cidades demolidas, novecentas e oitenta e cinco de suas melhores vilas destruídas, e quinhentos e oitenta mil homens mortos à espada, e no final da guerra, 136 a.C., eles foram banidos da Judéia sob pena de morte, e desde então a terra permaneceu desolada de seus antigos habitantes. Outros ainda têm aplicado a predição de Daniel à invasão e desolação do Cristianismo pelos muçulmanos, e à sua conversão das igrejas em mesquitas. Desta interpretação eles inferem que a religião de Maomé prevalecerá no oriente mil e duzentos e sessenta anos, e será seguida pela restauração dos judeus, a destruição do Anticristo, a completa conversão dos gentios à igreja de Cristo, e o início do milênio.

Em geral, o que quer que seja moral ou cerimonialmente impuro, ou leva ao pecado, é denominado uma abominação a Deus. Assim, lábios mentirosos dizem ser uma abominação ao Senhor. Tudo em doutrina ou prática que tendia a corromper a simplicidade do Evangelho é também na Escritura chamado abominável; por essa razão Babilônia é representada, Ap 17.4, como segurando em sua mão um cálice “cheio das abominações.” Nesta opinião, “causar abominação,” é introduzir idolatria, ou qualquer outra grande corrupção, na igreja e na adoração de Deus, 1Re 11.7.


Artigo extraído do Blog Arminianismo.com
Disponível no link: http://www.arminianismo.com/index.php?option=com_content&view=article&id=479:abominacao&catid=74&Itemid=100029
Deixe um comentário. Sua opinião é muito importante!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

OS LIVROS DA SABEDORIA DO VELHO TESTAMENTO





















Os livros canônicos da Sabedoria do Velho Testamento abrangem os livros de Jó, Provérbios, Eclesiastes e bem assim alguns Salmos, como: #Sl 1; #Sl 10; #Sl 14; #Sl 19; #Sl 37; #Sl 49; #Sl 73; #Sl 90; #Sl 112. Nos apócrifos a Sabedoria é representada, sobretudo, pelo livro do Eclesiástico (a Sabedoria de Jesus, filho de Siraque, obra escrita em hebraico cerca de 200 A. C., e traduzida em grego pelo neto do autor em 132 A. C.), e ainda o livro da Sabedoria (escrito provavelmente no primeiro século da era cristã por um judeu alexandrino). O livro de Baruque e os quatro livros dos Macabeus contribuíram também para a literatura apócrifa.

A sabedoria prática dos antigos resumia-se, em princípio, a máximas de caráter popular (Heb. mashal, no plural meshalim) a exprimirem em termos expressivos certos fenômenos observados ("Um céu vermelho à noite faz as delícias do pastor". "Não há ninguém tão surdo como aquele que não quer ouvir" -e outros mais). Uma forma mais desenvolvida é a das parábolas, e até dos enigmas. Neste caso podemos citar o enigma de Sansão (#Jz 14.12 e segs.), as parábolas de Jotão (#Jz 9.7 e segs.) e de Jeoás (#2Rs 14.9), e, sobretudo, as parábolas dos Evangelhos, que atingem a sua perfeição.

Deu-se, porém, o caso que a pouco e pouco se foi refletindo sobre os fenômenos da natureza e da vida, chegando-se à conclusão de que as generalizações populares não abrangem todos os fatos observados. O sofrimento dos justos, por exemplo, e o significado da vida preocupavam os espíritos, como os autores dos livros de Jó, do Eclesiastes e de alguns Salmos.

A verdadeira sabedoria (heb. hokhmah) para os pensadores hebreus, não era unicamente um raciocínio intelectual, mas acima de tudo prático, e em sentido moral e religioso. Sendo o "temor do Senhor o princípio da sabedoria", o verdadeiro sábio (heb. hakham) era aquele que encarava a vida num espírito de reverência a Deus. Pelo contrário, o insensato (heb. nabal) era insensível em matéria religiosa, ao afirmar solenemente no seu íntimo: "Não há Deus", ou pelo menos ao comportar-se como se Deus não existisse.

Artigo extraído do livro O Novo Comentário da Bíblia

Editado pelo Prof. F. Davidson, MA, DD

Colaboradores Rev. A. M. Stibbs, MA, DD Rev. E. F. Kevan, MTh

Editado em português pelo Rev. Dr. Russell P. Shedd, MA, BD, PhD

©1953, 1954 de Inter-Varsity Press (Londres, Inglaterra) Título do original: The New Bible Commentary

sábado, 11 de setembro de 2010

CONCEITO BÍBLICO SOBRE OS NOMES DE DEUS

Quem é, e que é Deus? A melhor definição é a que se encontra no Catecismo de Westminster: "Deus é Espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade." A definição bíblica pode formular-se pelo estudo dos nomes de Deus. O "nome" de Deus, nas Escrituras, significa mais do que uma combinação de sons; representa seu caráter revelado. Deus revela-se a si mesmo fazendo-se conhecer ou proclamando o seu nome. (Êxo. 6:3; 33:19; 34:5, 6.) Adorar a Deus é invocar seu nome (Gên. 12:8); temê-lo (Deut. 28:58); louvá-lo (2 Sam. 22:50); glorificá-lo (Sal. 86:9); é sacrilégio tomar seu nome em vão. (Êxo. 20:7), ou profaná-lo ou blasfemá-lo (Lev. 18:21; 24:16). Reverenciar a Deus é santificar ou bendizer seu nome (Mat. 6:9). O nome do Senhor defende o seu povo (Sal. 20:1), e por amor do seu nome não os abandonará (1 Sam. 12:22).
Os seguintes nomes de Deus são os mais comuns que encontramos nas Escrituras:

(a) Elohim (traduzido "Deus".) Esta palavra emprega-se sempre que sejam descritos ou implícitos o poder criativo e a onipotência de Deus. Elohim é o Deus-Criador. A forma plural significa a plenitude de poder e representa a trindade.

(b)Jeová (traduzido "Senhor" na versão de Almeida.) Elohim, o Deus-Criador, não permanece alheio às suas criaturas. Observando Deus a necessidade entre os homens, desceu para ajudá-los e salvá-los; ao assumir esta relação, ele revela-se a si mesmo como Jeová , o Deus da Aliança. O nome JEOVÁ tem sua origem no verbo SER e inclui os três tempos desse verbo — passado, presente e futuro. O nome, portanto significa: Ele que era, que é e que há de ser; em outras palavras, o Eterno. Visto que Jeová é o Deus que se revela a si mesmo ao homem, o nome significa: Eu me manifestei, me manifesto, e ainda me manifestarei.
O que Deus opera a favor de seu povo acha expressão nos seus nomes, e ao experimentar o povo a sua graça, desse povo então pode dizer-se: "conhecem o seu nome." A relação entre Jeová e Israel resume-se no uso dos nomes encontrados nos concertos entre Jeová e seu povo. Aos que jazem em leitos de doença manifesta-se-lhes como JEOVÁ-RAFA, "o Senhor que cura" (Êxo. 15:26). Os oprimidos pelo inimigo invocam a JEOVÁ-NISSI, "o Senhor nossa bandeira" Êxo. 17:8-15). Os carregados de cuidados aprendem que ele é JEOVÁ-SHALOM, "o Senhor nossa paz" (Jui. 6:24). Os peregrinos na terra sentem a necessidade de JEOVÁ-RA'AH, "o Senhor meu pastor" (Sal. 23:1). Aqueles que se sentem sob condenação e necessitados da justificação, esperançosamente invocam a JEOVÁ-TSIDKENU, "o Senhor nossa justiça" (Jer. 23:6). Aqueles que se sentem desamparados aprendem que ele é JEOVÁ-JIREH, "o Senhor que provê" (Gên. 22:14). E quando o reino de Deus se houver concretizado na terra, será ele conhecido como JEOVÁ-SHAMMAH, "o Senhor está ali" (Ezeq. 48:35).

(c) El (Deus) é usado em certas combinações: EL-ELYON (Gên. 14:18-20), o "Deus altíssimo", o Deus que é exaltado sobre tudo o que se chama deus ou deuses. EL-SHADDAI, "o Deus que é suficiente para as necessidades do seu povo" (Êxo. 6:3). EL-OLAM, "o eterno Deus" (Gên. 21:33). (*)

(d)Adonai significa literalmente "Senhor" ou "Mestre" e dá a idéia de governo e domínio. (Êxo. 23:17; Isa. 10:16, 33.) Por causa do que Deus é e do que tem feito, ele exige o serviço e a lealdade do seu povo.Este nome no Novo Testamento aplica-se ao Cristo glorificado.

(e) Pai, emprega-se tanto no Antigo como no Novo Testamento. Em significado mais amplo o nome descreve a Deus como sendo a Fonte de todas as coisas e Criador do homem; de maneira que, no sentido criativo, todos podem considerar-se geração de Deus. (Atos 17:28.) Todavia, esta relação não garante a salvação. Somente aqueles que foram vivificados e receberam nova vida pelo seu Espírito são seus filhos no sentido intimo da salvação. (João 1:12, 13.)

Artigo extraído do livro Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearlman
Editora Vida, 2006 ISBN 8573671440 Título original: Knowing the Doctrines of the Bible Tradução: Lawrence Olson.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ALGUNS FATOS E PARTICULARIDADES DA BÍBLIA

Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita de duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor de Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555. O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959 versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O número de palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em Êxodo 20.30. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da chamada "Tradução Brasileira", onde o menor é Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes.
A vinda do Senhor é referida direta e indiretamente 1.845 vezes, sendo 1.527 no AT e 318 no NT. - Não é esse um assunto para séria meditação? O Salmo 119 tem em hebraico 22 seções de 8 versículos cada uma. O número 22 corresponde ao número de letras do alfabeto hebraico. Cada uma das 22 seções inicia com uma letra desse alfabeto, e, dentro, de cada seção, todos os versículos começam com a letra da respectiva seção. Caso semelhante há no livro de Lamentações de Jeremias. Ali, em hebraico, os capítulos 1,2,4, têm 22 versículos cada um, compreendendo as 22 letras do alfabeto, de álefe a tau. Porém o capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três deles, a mesma letra do alfabeto.
Há outros casos assim na estrutura da Bíblia. Isso jamais poderia ser obra do acaso. A frase "não temas" ocorre 365 vezes em toda a Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano! O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico ao 37 de Isaías. O AT encerra citando a palavra "maldição"; o NT encerra citando a expressão: "a graça do Nosso Senhor Jesus Cristo." A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo; isso deu-se em 1452, em Mogúncia, Alemanha. Os números 3 e 7 predominam admiravelmente em toda a Bíblia. O nome de Jesus consta do primeiro e do último versículos do NT. As traduções da Bíblia (toda ou em parte) até 1984, atingiram a 1796 línguas e dialetos. 24
Restam ainda cerca de 1.000 línguas em que ela precisa ser traduzida.
- Que está o irmão fazendo para difundir a Bíblia - o livro que o salvou?


Silva, Antônio Gilberto da, 1929 - A Bíblia através dos séculos : uma introdução / Antônio Gilberto da Silva. - Rio de Janeiro : Casa Publi-cadora das Assembléias de Deus, 1986.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A NATUREZA HUMANA

A tri-unidade humana






























Segundo Gên. 2:7, o homem se compõe de duas substâncias — a substância material, chamada corpo, e a substância imaterial, chamada alma. A alma é a vida do corpo e quando a alma se retira o corpo morre. Mas, segundo 1 Tess. 5:23 e Heb. 4:12, o homem se compõe de três substâncias — espírito, alma e corpo; alguns estudantes da bíblia defendem essa opinião de três partes da constituição humana versus doutrina de duas partes apenas, adotada por outros. Ambas as opiniões são corretas quando bem compreendidas. O espírito e a alma representam os dois lados da substância não-física do homem; ou, em outras palavras, o espírito e a alma representam os dois lados da natureza espiritual. Embora distintos, o espírito e a alma são inseparáveis, são entrosados um no outro. Por estarem tão interligados, as palavras "espírito" e "alma" muitas vezes se confundem (Ecl. 12:7; Apoc. 6:9); de maneira que em um trecho a substância espiritual do homem se descreve como a alma (Mat. 10:28), e em outra passagem como espírito (Tia. 2:26). Embora muitas vezes os termos sejam usados alternativamente, têm significados distintos. Por exemplo: "A alma" é o homem como o vemos em relação a esta vida atual. As pessoas falecidas descrevem-se como "almas" quando o escritor se refere à sua vida anterior. (Apoc. 6:9, 10; 20:4.) "O espírito" é a descrição comum daqueles que passaram para a outra vida. (Atos 23:9; 7:59; Heb. 12:23; Luc. 23:46; 1 Ped. 3:19.) Quando alguém for "arrebatado" temporariamente fora do corpo (2 Cor. 12:2) se descreve como "estando no espírito".(Apoc. 4:2; 17:3.) Sendo o homem "espírito", é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele; sendo "alma", ele tem conhecimento de si próprio; sendo "corpo", tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo. — Scofield.

Artigo extraído do livro Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearlman
Editora Vida, 2006 ISBN 8573671440 Título original: Knowing the Doctrines of the Bible Tradução: Lawrence Olson

A NATUREZA HUMANA

A tri-unidade humana





























Segundo Gên. 2:7, o homem se compõe de duas substâncias — a substância material, chamada corpo, e a substância imaterial, chamada alma. A alma é a vida do corpo e quando a alma se retira o corpo morre. Mas, segundo 1 Tess. 5:23 e Heb. 4:12, o homem se compõe de três substâncias — espírito, alma e corpo; alguns estudantes da bíblia defendem essa opinião de três partes da constituição humana versus doutrina de duas partes apenas, adotada por outros. Ambas as opiniões são corretas quando bem compreendidas. O espírito e a alma representam os dois lados da substância não-física do homem; ou, em outras palavras, o espírito e a alma representam os dois lados da natureza espiritual. Embora distintos, o espírito e a alma são inseparáveis, são entrosados um no outro. Por estarem tão interligados, as palavras "espírito" e "alma" muitas vezes se confundem (Ecl. 12:7; Apoc. 6:9); de maneira que em um trecho a substância espiritual do homem se descreve como a alma (Mat. 10:28), e em outra passagem como espírito (Tia. 2:26). Embora muitas vezes os termos sejam usados alternativamente, têm significados distintos. Por exemplo: "A alma" é o homem como o vemos em relação a esta vida atual. As pessoas falecidas descrevem-se como "almas" quando o escritor se refere à sua vida anterior. (Apoc. 6:9, 10; 20:4.) "O espírito" é a descrição comum daqueles que passaram para a outra vida. (Atos 23:9; 7:59; Heb. 12:23; Luc. 23:46; 1 Ped. 3:19.) Quando alguém for "arrebatado" temporariamente fora do corpo (2 Cor. 12:2) se descreve como "estando no espírito".(Apoc. 4:2; 17:3.) Sendo o homem "espírito", é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele; sendo "alma", ele tem conhecimento de si próprio; sendo "corpo", tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo. — Scofield.

Artigo extraído do livro Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearlman
Editora Vida, 2006 ISBN 8573671440 Título original: Knowing the Doctrines of the Bible Tradução: Lawrence Olson

terça-feira, 10 de agosto de 2010

GRUPOS RELIGIOSOS DO NOVO TESTAMENTO

O Novo Testamento observa a presença de partidos religiosos que eram desconhecidos no Velho Testamento. A fonte principal de informação é encontrada nas obras de Flávio Josefo. Em dois de seus livros, As Guerras dos Judeus (II, viii, 1-4) e As Antigüidades dos Judeus (XIII, v. 9), ele escreve acerca de quatro desses partidos: fariseus, saduceus, zelotes e essênios. Para nossos propósitos, os herodianos e os zadoqueus devem ser acrescentados.


1. Fariseus — O grupo maior e mais importante é o chamado os fariseus. A palavra em si significa "separatistas", tendo sido, provavelmente, aplicada como expressão de escárnio aos oponentes. Eles fizeram seu primeiro aparecimento definido como um grupo com este nome durante a época de João Hircano I. Alguns estudiosos dizem que o termo foi pela primeira vez usado quando alguns judeus piedosos "se separaram" de Judas Macabeu, depois de 165 a.C. É mais provável que eles foram os sucessores dos "hasidins", que se haviam empenhado em "separar-se" do pecado, e na "separação" (interpretação) das Escrituras, durante as reformas de Esdras e Neemias.

Seja qual for sua origem, os fariseus foram o resultado final do movimento que teve seus primórdios com Esdras, intensificado pelos hasidins, sob os sírios e romanos. Eles representam aquela tendência, no judaísmo, que sempre reagiu contra dominadores estrangeiros, mantendo o exclusivismo judaico e a lealdade à tradição dos pais. Pouco se interessavam no poder político, mas se tornaram os mentores políticos de Israel. Eles tinham maior controle sobre o povo do que os saduceus, que eram mais abastados e politicamente poderosos. Controlavam a sinagoga, e só eles sobreviveram à Guerra Judaico-Romana de 66-70.

Devido à sua profunda reverência para com os ideais nacionais e religiosos judaicos, e devoção aos mesmos, os fariseus se opuseram à introdução das idéias gregas, e não deixou de ser natural que se tornassem o partido reacionário. Para eles, as coisas velhas eram as únicas coisas boas. Num desejo sincero de tornar a lei praticável dentro do mundo greco-romano em mudança, os fariseus aderiram ao sistema da tradição dos pais. Começando com as Escrituras, eram feitas interpretações para se ajustar uma situação existente ou combater um erro em teologia. Nas tentativas de responder a problemas levantados por religiões intrusas, muitas idéias dormentes no Velho Testamento foram desenvolvidas e aumentadas. Entre essas doutrinas desenvolvidas durante esses 400 anos estão a ressurreição dos mortos, os demônios, os anjos e a esperança messiânica.

Para o fariseu, a tradição oral suplantou a lei. Este era o principal ponto em que divergiam dos saduceus, que não viam nenhuma necessidade de alterar-se a lei. Os fariseus diziam que as finas distinções das tradições orais eram para facilitar o cumprimento da lei sob novas condições e tornar virtualmente impossível pecar-se. Eles também colocavam uma forte ênfase sobre a providência divina nos assuntos do homem.


2. Saduceus — Embora a origem da seita esteja perdida na obscuridade, o nome pode ter-se derivado de um certo Zadoque, que sucedeu Abiatar como sumo sacerdote durante os dias de Salomão. Pode ter vindo da palavra hebraica "zoddikim", que significa "os justos". Os saduceus gabavam-se de sua fidelidade à letra da lei mosaica, em contradistinção à tradição oral. Este era o partido da aristocracia e dos sacerdotes abastados. Eles controlavam o sinédrio e qualquer resquício de poder político que restava. Eram os colaboracionistas, a tendência que favorecia o poder estrangeiro e que se alinhava com ele pelo poder. Também controlavam o templo. O sumo sacerdote era sempre o líder deste grupo. Era um grupo fechado e não procurava prosélitos, como o faziam os fariseus.

Teologicamente conservadores (diziam),limitavam o cânon à Torah ou Pentateuco. Rejeitavam as doutrinas da ressurreição, demônios, anjos, espíritos, e advogavam a vontade livre, em lugar da providência divina. Este grupo não sobreviveu à Guerra Judaico-Romana de 66-70.


3. Zelotes — Os zelotes representavam o desenvolvimento na extrema esquerda entre os fariseus. Estavam interessados na independência da nação e sua autonomia, ao ponto de negligenciarem toda outra preocupação. Segundo Josefo, o fundador foi Judas de Gamala, que iniciou a revolta sobre o censo da taxação, em 6 d.C. Seu alvo era sacudir o jugo romano e anunciar o reino messiânico. Eles precipitaram a revolta em 66 d.C, que levou à destruição de Jerusalém em 70. Simão, o zelote, foi um dos apóstolos.


4. Essênios — Estes representavam o desenvolvimento na extrema direita entre os fariseus. Eram uma ordem distinta, na sociedade judaica, mais que uma seita dentro dela. Sendo o elemento mais conservador dos fariseus, eles enfatizavam a observação minuciosa da lei. Formavam uma comunidade ascética ao redor do Mar Morto, e viviam uma vida rigidamente devota. Eram a sobrevivência dos hasidins mais estritos, influenciados pela filosofia grega. A partir dos documentos de Qumram, parece que eles aguardavam um messias que iria combinar as linhagens real e sacerdotal, numa estrutura escatológica. Este grupo não é mencionado em o Novo Testamento.


5. Herodianos — Os saduceus da extrema esquerda eram conhecidos como os herodianos. Tirando o nome da família de Herodes, eles baseavam suas esperanças nacionais nessa família e olhavam para ela com respeito ao cumprimento das profecias acerca do Messias. Eles surgiram em 6 d.C, quando Arquelau, filho de Herodes, o Grande, foi deposto, e Augusto César enviou um procurador, Copônico. Os judeus que favoreciam a dinastia herodiana eram chamados "herodianos". Este grupo é mencionado em Mateus 22:16 e Marcos 3:6; 12:13.


6. Zadoqueus — Na extrema direita dos saduceus estava o grupo conhecido como os zadoqueus. Embora não mencionados em o Novo Testamento, este grupo é importante, porque mostra outra tendência entre os saduceus, talvez dando uma chave quanto à sua origem. Em 1896, um fragmento de um documento foi encontrado numa sinagoga no Cairo. Publicado em 1910, com o título Fragmentos de uma Obra Zadoquita, este termo entrou em todas as discussões acerca do judaísmo sectário. A descoberta de outros documentos na comunidade de Qumram, do Mar Morto, sugere alguma relação entre os zadoqueus, os essênios e a comunidade de Qumram. Um movimento de reforma foi iniciado entre os sacerdotes (filhos de Zadoque), entre os saduceus, durante o início do segundo século a.C. Quando a reforma fracassou, eles foram para Damasco e estabeleceram uma comunidade sob um novo conjunto de regulamentos, denominado "o novo concerto". Alguns posteriormente voltaram como missionários para sua terra natal e depararam com amarga oposição por parte dos fariseus e saduceus. Alguns, então, encontraram seu caminho em direção às comunidades ao redor do Mar Morto. Eram missionários fervorosos, em busca de um mestre de justiça que chamasse Israel de volta ao arrependimento e apareceria no advento do Messias. Eles aceitavam toda palavra escrita, mas rejeitavam a tradição oral. Eram muito abnegados na vida pessoal e leais aos regulamentos da pureza levítica. Deram grande ênfase à necessidade de arrependimento.

EXTRAÍDO DE: Hale, Broadus David Introdução ao estudo do Novo Testamento.
Tradução de Cláudio Vital de Souza. Rio de Janeiro, Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1983.

domingo, 1 de agosto de 2010

CARBONO 14, O QUE É?

O carbono 14 é um elemento radiativo de meia vida de, em torno de, 5730 anos. O 14C, como é denominado abreviadamente, se forma à partir do Nitrogênio, nas altas camadas da atmosfera. Raios cósmicos bombardeiam constantemente a nossa atmosfera produzindo nêutrons livres.Estes bombardeiam o Nitrogênio produzindo um isótopo do Carbono, o Carbono 14. Este é radiativo.
De uma dada quantidade de átomos de 14C a metade decai, aleatoriamente, para 12C em 5730 anos, ou seja, após 5730 só resta ainda a metade de 14C do original. O 14C está uniformemente distribuido na atmosfera. Todos os seres vivos metabolizam o 14C contido nos seus alimentos, na concentração proporcional aproximada de 10-12 % do 12C no ar, porque ambos tem a mesma reatividade e afinidade química. Quando um ser vivo morre deixa de metabolizar 14C e este começa a reduzir a sua concentração, por força do decaimento radiativo, nos tecidos mortos. Medindo-se a proporção entre o 14C e o 12C de restos mortais e comparando-os com as proporções contidas nos seres vivos pode-se calcular a sua idade. Devido às concentrações extremamente pequenas de 14C na atmosfera, cerca de 1 14C para cada trilhão de átomos de 12C, é impossível medir datas além de 20 ou 30 mil anos. Os criacionistas que mantém que a Terra é muito jovem, no entanto, não aceitam nem datas desta grandeza, mas porque?
A taxa de formação de 14C é muito pequena e necessitaria de milhares de anos para que se equilibre com a taxa de decaimento. Se estas taxas não estiveram em equilíbrio por ocasião da época de vida do ser vivo a ser datado se parte de uma concentração inicial de 14C menor e a idade apurada é maior do que a real. Ninguém consegue determinar que a taxa atual de formação é igual a taxa atual de decaimento, ou seja, ninguém consegue determinar se estas duas grandezas estão em equilíbrio.
Para medições até 3000 AC existe um desvio não muito significativo, comparado com fosséis de data arqueológica conhecida, mas antes desta data ninguém sabe. O campo magnético da Terra mantém o cinturão Van Allen. Este cinturão é um escudo contra radiação cósmica. Quanto mais forte o campo eletromagnético da Terra mais forte o escudo Van Allen. Quanto mais forte o escudo menor a radiação cósmica e quanto menor a radiação cósmica menor a taxa de formação de 14C.
Acontece que o capo eletromagnético da Terra está em franco decaimento. Há apenas dois mil anos atrás, por exemplo, ele tinha três vezes a sua intensidade de hoje.
Se, por exemplo, devido ao acima exposto, a concentração de 14C na atmosfera, há 5000 anos atrás, tivesse um quarto da concentração atual, um fóssil morrido naquela data forneceria uma idade atual de 5730 x 2 + 5000 = 16460 anos.
Por estes e mais motivos fala-se, cientificamente, em anos ou idade radiocarbono, que obrigatoriamente não quer dizer necessariamente a mesma coisa que anos solares. A mídia, muitos cientistas e leigos interessados além de muitos livros escolares não sabem distinguir entre os dois.

EXTRAÍDO DA APOSTILA DO SEMINÁRIO TEOLÓGICO DO BETEL-BRASILEIRO E AÇÃO EVANGÉLICA (GEOGRAFIA E ARQUEOLOGIA BÍBLICA)