terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
QUEM ERAM OS SACERDOTES?
Um nome genérico para o ministro de religião. O sacerdote sob a lei era, entre os hebreus, uma pessoa consagrada e ordenada de Deus para oferecer sacrifícios por seus próprios pecados e pelos do povo, Lv 4.5-6. O sacerdócio não foi anexado a uma certa família até depois da promulgação da lei de Moisés. Antes desse tempo, os primogênitos de cada família, os pais, os príncipes, os reis eram sacerdotes. Caim e Abel, Noé, Abraão, Jó, Abimeleque e Labão, Isaque e Jacó, ofereceram eles mesmos seus próprios sacrifícios. Na solenidade da aliança que o Senhor fez com seu povo aos pés do Monte Sinai, Moisés desempenhava o ofício de mediador, Êx 24.5-6; e rapazes eram escolhidos de entre os filhos de Israel para desempenhar o ofício de sacerdotes. Mas depois que o Senhor escolheu a tribo de Levi para servi-lo em seu tabernáculo, e o sacerdócio foi anexado à família de Aarão, então o direito de oferecer sacrifícios a Deus foi reservado apenas aos sacerdotes desta família. O Senhor ordenou, Nm 16.40, que nenhum estranho, que não fosse da descendência de Aarão, chegasse perto para oferecer incenso ao Senhor, que ele não poderia ser como Coré e sua congregação. A punição de Uzias é bem conhecida, 2Cr 26.19, que, tendo ousado oferecer incenso ao Senhor, foi repentinamente castigado com lepra, colocado fora de seu palácio, e excluído da administração dos negócios até o dia de sua morte. Entretanto, parece que, em certas ocasiões, os juízes e os reis dos hebreus ofereciam sacrifícios ao Senhor, especialmente antes de um local permanente de oração ter sido estabelecido em Jerusalém; pois em 1Sm 7.8, somos informados que Samuel, que não era sacerdote, ofereceu um cordeiro como holocausto ao Senhor; e em 1Sm 9.13, é dito que este profeta devia abençoar a oferta do povo, que parecia ser uma função atribuída aos sacerdotes; finalmente, 1Sm 16.5, ele vai a Belém, onde ele oferece um sacrifício na solenidade inaugural ou consagração de Davi. O próprio Saul ofereceu um holocausto ao Senhor, talvez enquanto rei de Israel, 1Sm 13.9-10. Elias também ofereceu um holocausto no Monte Carmelo, 1Re 18.33. Davi mesmo sacrificou, (pelo menos o texto assim o expressa,) na cerimônia de trazer a arca para Jerusalém, e na eira de Araúna, 2Sm 6.13. Salomão subiu ao altar de bronze que estava em Gibeom, e lá ofereceu sacrifícios, 2Cr 1.5. É verdade que as passagens acima são comumente explicadas supondo que estes soberanos ofereciam seus sacrifícios pelas mãos dos sacerdotes; mas o texto sagrado de forma nenhuma favorecerá tais explicações; e é muito natural imaginar que na qualidade de reis e chefes do povo, eles tinham o privilégio de realizar algumas funções sacerdotais, em algumas ocasiões extraordinárias; dessa forma vemos Davi vestido com o éfode sacerdotal, e consultando o Senhor; e em uma outra ocasião encontramos Davi e Salomão pronunciando bençãos solenes sobre o povo, 2Sm 6.18; 1Re 8.55. Tendo reservado Deus para si mesmo o primogênito de todo Israel, porque ele os preservou da mão do anjo destruidor no Egito, como troca ou compensação aceitou a tribo de Levi para o serviço do tabernáculo, Nm 3.41. Dos três filhos de Levi, Gérson, Coate, e Merari, o Senhor escolheu a família de Coate, e desta a casa de Aarão, para exercer as funções do sacerdócio. Todo o resto da família de Coate, até mesmo os filhos de Moisés e seus descendentes, permaneceram da ordem de simples levitas. Veja LEVITAS.
A posteridade dos filhos de Aarão, a saber, Eleazar e Itamar, Lv 10.1-5; 1Cr 24.1-2, tinha aumentado tanto em número no tempo de Davi, que eles foram divididos em vinte e quatro classes, que oficiavam uma semana por vez alternadamente. Dezesseis classes eram da família de Eleazar, e oito da família de Itamar. Cada classe obedecia seu próprio superior ou governante. A classe Jeoiaribe foi a primeira na ordem, e a classe Abias a oitava, 1Macabeus 2.1; Lc 1.5; 1Cr 24.3-19. Esta divisão do sacerdócio foi continuada como uma organização permanente depois do tempo de Davi, 2Cr 8.14; 31.2; 35.4-5. De fato, embora somente quatro classes retornaram do cativeiro, a distinção entre elas, e também os nomes antigos, ainda foram conservados, Es 2.36-39; Ne 7.39-42; 12.1.
Aarão, o sumo sacerdote, foi separado para seu ofício pelas mesmas cerimônias com que seus filhos sacerdotes foram, com esta exceção, que o primeiro foi vestido em suas vestes, e o azeite santo foi derramado sobre sua cabeça, Êx 29.5-9; Lv 8.2. As outras cerimônias foram como segue. Os sacerdotes, todos eles com seus corpos lavados, e vestidos em seus trajes próprios, reuniam diante do altar, onde um novilho, dois carneiros, pão ázimo, e coscorões de dois tipos em cestos, estavam à disposição. Quando eles colocavam suas mãos sobre a cabeça do novilho, ele era morto por Moisés como uma oferta pelo pecado. Ele tocava as pontas do altar com o sangue, derramava o restante em torno de sua base, e colocava as partes que deviam compor o sacrifício sobre seu topo. As partes restantes do animal eram todas queimadas fora do arraial, Êx 29.10-14; Lv 8.2-3, 14-17. De maneira semelhante eles colocavam suas mãos sobre a cabeça de um dos carneiros, que também era morto por Moisés para uma completa oferta queimada, o sangue era espargido em volta do altar, e as partes do carneiro eram separadas e queimadas sobre ele, Êx 29.15-18; Lv 8.18-21. O outro carneiro, quando os sacerdotes colocavam suas mãos sobre ele, era igualmente morto por Moisés para o sacrifício de consagração. Ele tocava com o sangue a ponta da orelha direita dos sacerdotes, o polegar da mão direita, e o dedão do pé direito. O resto do sangue ele derramava em parte sobre a base do altar, e uma parte ele misturava com o azeite consagrado, e espargia sobre os sacerdotes e suas vestes. Ele ungia o sumo sacerdote derramando uma profusão de azeite sobre sua cabeça; por isso ele é chamado o ungido, Lv 4.3, 5, 16; 6.15; Sl 133.2. Certas partes do sacrifício, a saber, a gordura, os rins, os quadris, o redenho sobre o fígado, e o ombro direito, também um bolo de pão ázimo, um bolo de pão azeitado, e um coscorão, eram colocadas por Moisés sobre as mãos dos sacerdotes, para que eles pudessem oferecê-las a Deus. Esta cerimônia era chamada “encher as mãos,” expressões que conformemente em várias passagens significam o mesmo que consagrar, Êx 32.29; Lv 16.32; 1Cr 29.5. Todas as partes que foram mencionadas como sendo colocadas nas mãos dos sacerdotes, eram finalmente queimadas sobre o altar. Esta cerimônia, que continuava por oito dias, para sempre separava os sacerdotes de todos os demais israelitas, não excetuando os levitas; de modo que não havia subseqüentemente nenhuma necessidade de mais consagração, nem para si mesmos nem para sua posteridade, Êx 29.35-37; Lv 10.7; Rm 1.1; Ef 3.3; At 13.2-3. Que as cerimônias de inauguração ou consagração, entretanto, eram praticadas a cada nova ascensão de um sumo sacerdote ao seu ofício, parece ser sugerido nas seguintes passagens, Êx 29.29; Lv 16.32; 21.10; Nm 20.26-28; 35.25.
Não era habitual aos sacerdotes usarem a veste sacerdotal exceto quando desempenhando seus deveres oficiais, Êx 28.4, 43; Ez 42.14; 44.19. A descrição da veste dos sacerdotes que é dada em Êx 28, é por algum propósito incompleta, como muitas coisas são deixadas em silêncio, aparentemente pela razão que elas eram naquela época suficientemente conhecidas, sem ser expressamente declaradas. Alguma informação adicional nos é comunicada por Josefo; mas a veste dos sacerdotes, como ele a descreve, pode ter sido em alguns aspectos de origem recente. Era como segue: 1. Uma espécie de calças estreitas, feitas de algodão ou linho, que eram amarradas em volta dos quadris, e estendidas abaixo de modo a cobrir as coxas, Lv 6.10; Ez 44.18. 2. Uma túnica de algodão que se prolongava, nos dias de Josefo, abaixo até os tornozelos. Era enfeitada de mangas, e fabricada toda de uma peça sem ser costurada, Êx 28.39, 41; 29.5; Jo 19.23. 3. O cinto. De acordo com Josefo era de um palmo de largura, entrelaçado de tal forma a exibir a aparência das medidas, e ornamentado com flores bordadas em púrpura, azul escuro, escarlate e branco. Era usado um pouco abaixo do peito, dando duas voltas no corpo, e amarrado com um laço na frente. As extremidades do cinto ficavam suspensas quase até o tornozelo. O sacerdote, quando ocupado com suas funções sagradas, a fim de impedir de ser obstruído por elas, jogava-as sobre seu ombro esquerdo, Êx 39.27-29. 4. A mitra ou a touca era originalmente afilada em sua forma, era alta, e amarrada sobre a cabeça, Êx 28.8, 40; 29.9; Lv 8.13. No tempo de Josefo a forma da mitra tinha se tornado um tanto alterada; era redonda, coberta de uma peça de linho fino, e colocada bem rente à parte superior da cabeça, (pois ela não cobria toda a cabeça,) para que ela não caísse quando o corpo se inclinasse. Os sacerdotes hebreus, como os do Egito e de outras nações, desempenhavam seus deveres sagrados descalços; um símbolo de reverência e veneração, Êx 3.5; Js 5.15.
Os sacerdotes ordinários serviam diretamente sobre o altar, ofereciam sacrifícios, matavam-nos e esfoliavam-nos, e derramavam o sangue ao pé do altar, 2Cr 29.34; 35.11. Eles mantinham um fogo perpétuo queimando sobre o altar de ofertas queimadas, e nos candelabros do castiçal de ouro que estavam no santuário; eles preparavam os pães da proposição, assava-os, e todo sábado eles eram trocados. Todo o dia, noite e manhã, um sacerdote designado através da sorte lançada no começo da semana, trazia ao santuário um incensário, e colocava-o sobre a mesa de ouro, de outra forma chamada o altar do incenso, Lc 1.9. Aos sacerdotes não era permitido que oferecessem incenso ao Senhor com fogo estranho, Lv 10.1, 2; isto é, com qualquer outro fogo diferente do que devia ser tirado do altar de ofertas queimadas. É bem conhecido com que severidade Deus puniu Nadabe e Abiú por terem falhado nisto. Aqueles que se dedicariam ao serviço perpétuo no templo eram bem recebidos, e eram mantidos pelas ofertas constantes e diárias, Dt 18.6-8. O Senhor não deu nenhuma terra de herança à tribo de Levi na distribuição da terra da promessa. Ele pretendia que eles fossem sustentados pelos dízimos, as primícias, as ofertas que eram feitas no templo, pela sua porção das ofertas pelo pecado, e ofertas de ação de graças que eram sacrificadas no templo, das quais certas partes eram reservadas aos sacerdotes. Eles tinham também uma parte na lã quando as ovelhas eram tosqueadas. Todo o primogênito, tanto de homens quanto de animais, pertencia ao Senhor, isto é, aos seus sacerdotes. Os homens eram resgatados pela soma de cinco siclos, Nm 18.15, 16. Os primogênitos dos animais impuros eram resgatados ou trocados, mas os animais limpos não eram resgatados; eles eram sacrificados ao Senhor, seu sangue era aspergido em volta do altar, e todo o resto pertencia ao sacerdote, Nm 18.17-19. Os primeiros frutos das árvores, Lv 19.23, 24, isto é, aqueles que apareciam no quarto ano, pertenciam também ao sacerdote. Eles davam também aos sacerdotes e levitas uma quantia da farinha que eles amassavam. Eles tinham a décima parte de todos os frutos da terra, e de todos os animais que eram apascentados sob a vara do pastor, Lv 27.31, 32. Deus também lhes proporcionou casas e acomodações, fixando-lhes quarenta e oito cidades para suas habitações, Nm 35.1-3. Nos arredores destas cidades eles possuíam até mil cúbitos além dos muros. Destas quarenta e oito cidades, seis eram marcadas para ser cidades de refúgio, para segurança daqueles que cometessem qualquer homicídio casual ou involuntário; os sacerdotes tinham treze destas por sua porção, e todas as outras pertenciam aos levitas, Js 21.19. Uma das principais atividades dos sacerdotes, depois de cuidar dos sacrifícios e do serviço do tabernáculo ou templo, era a instrução do povo e a decisão de controvérsias, distinguindo as várias espécies de lepra, as causas dos divórcios, as águas do ciúme, juramentos, todas as causas relativas à lei, as impurezas que eram contraídas de várias formas; todas estas coisas eram trazidas diante dos sacerdotes, Os 4.6; Ml 2.7, etc; Lv 13.14; Nm 5.14, 15. Eles publicamente abençoavam o povo em nome do Senhor. Em tempo de guerra sua ocupação era carregar a arca da aliança, para consultar o Senhor, fazer soar as trombetas santas, e encorajar e fazer um longo discurso ao exército.
O termo sacerdote é mais propriamente dado a Cristo, de quem os sumos sacerdotes sob a lei eram tipos e figuras, ele sendo o sumo sacerdote especialmente ordenado de Deus, que, pelo sacrifício de si mesmo, e por sua intercessão, abre o caminho para a reconciliação com Deus, Hb 8.17; 9.11-25. A palavra também é aplicada a todo crente genuíno que é capacitado a oferecer “sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo,” 1Pe 2.5; Ap 1.6. Mas é da mesma forma inadequadamente aplicada aos ministros cristãos, que não têm nenhum sacrifício a oferecer; a menos que, de fato, quando é considerada como contração de presbítero, que significa um ancião, e é o nome dado no Novo Testamento àqueles que eram nomeados ao ofício de ensino e governo na igreja de Deus.
FONTE: Richard Watson - Dicionário Bíblico e Teológico/Blog Arminianismo.com
perfeito. isso posso afirmar q é uma obra missionária levando a palavra de Deus a td o mundo
ResponderExcluirDeus continue te abençoando
Amêm
ResponderExcluirPara os tempos de hoje está difícil verdadeiro sacerdotes. Bons foram esses textos.
ResponderExcluirNão temos o Sacerdócio hoje, da ordem de Arão que encerrou com a queda do Templo.
ExcluirMuito rico esse texto. Bênção de Deus.
ResponderExcluirExcelente explicação. Gostaria de saber o que significa Príncipes dos sacerdotes mencionado em Mateus 27.
ResponderExcluirO príncipe ali significa principal, o Sumo Sacerdote..
ExcluirOs sacerdotes acreditavam na imortalidade da alma como os fariseus?
ResponderExcluirOs Sacerdotes tbm eram responsáveis pelo ensino da Toráh que não afirmou que a alma seja imortal, ao contrário diz que homem é mortal. Quando expulso do Éden.
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