terça-feira, 13 de março de 2012

O BEZERRO NAS ESCRITURAS

BEZERRO, עגל. O filhote da espécie do boi. Há menção freqüente na Escritura de bezerros, porque comumente se faziam uso deles nos sacrifícios. O “bezerro cevado,” mencionado em vários lugares, como em 1Sm 28.24, e Lc 15.23, era engordado em estábulo, com especial referência a um festival particular ou sacrifício extraordinário. Os “novilhos dos nossos lábios,” mencionados em Os 14.2, significam os sacrifícios de louvor que os cativos da Babilônia dedicavam a Deus, não estando mais em condições de oferecer sacrifícios em seu templo. A Septuaginta traduz como “frutos dos lábios;” e sua leitura é seguida pela Síriaca, e pelo apóstolo aos Hb 13.15.


 O “bezerro de ouro” foi um ídolo construído e adorado pelos israelitas ao pé do monte Sinai em sua passagem pelo deserto em direção à terra de Canaã. Tendo sido conduzidos através do deserto por uma coluna de nuvem e fogo, que os antecedia em suas marchas, enquanto Moisés estava recebendo os comandos divinos, essa nuvem cobria a montanha, e eles provavelmente imaginaram que ela não seria mais seu guia; e, por essa razão, pediram a Aarão que fizesse para eles um sinal ou símbolo sagrado, como outras nações tinham, que poderia visivelmente representar Deus. Com este pedido, submetido de uma maneira tumultuada e ameaçadora, Aarão, em um momento de fraqueza, concordou. Supõe-se que a imagem assim formada era como o deus egípcio, Ápis, que era um boi, um animal usado na agricultura, e dessa forma um símbolo do Deus que presidia sobre seus campos, ou do poder produtivo da Deidade. Os meios pelos quais Moisés reduziu a pó o bezerro de ouro, de modo que quando misturou com água ele fez o povo bebê-lo, em sinal de desprezo, tem confundido os comentaristas. Alguns entendem que ele fez isto por um processo químico, bem conhecido na época, mas que agora é um segredo; outros, que ele bateu nele até virar uma chapa fina de ouro, e então separou esta em partes tão finas que ficou facilmente bebível; outros, que ele o reduziu por limagem. 

O registro nos conta que ele tomou o bezerro, queimou-o até que se tornou em pó, e misturou o pó com água; do qual é provável, como muitos escritores judeus têm pensado, que o bezerro não era totalmente feito de ouro, mas de madeira, coberto com uma profusão de ornamentos de ouro fundido e moldado para a ocasião. Por esta razão ele obteve o epíteto dourado, como depois alguns ornamentos do templo foram chamados, que, sabemos, eram somente revestidos com ouro. Nesse caso seria suficiente reduzir a madeira a pó no fogo, que também pretejaria e deformaria os ornamentos dourados; mas não há nenhuma necessidade de supor que eles também foram reduzidos a pó. É evidente da proclamação de Aarão para se fazer um jejum a Jeová, Êx 32.4, e da adoração dos bezerros de Jeroboão sendo tão expressamente distintos dos de Baal, 2Re 10.28-31, que tanto Aarão quanto Jeroboão pretendiam que os bezerros que eles formaram e construíram para adoração fossem símbolos de Jeová. Não obstante, o salmista inspirado fala do bezerro de Aarão com extrema aversão, e declara que, ao adorá-lo, eles esqueceram de Deus seu Salvador, (veja 1Co 10.9,) que tinha feito tantos milagres para eles, e que por este crime Deus ameaçou destrui-los, Sl 106.19-24; Êx 32.10; e Santo Estevão o denomina claramente εἴδωλον, um ídolo, At 7.41. Quanto a Jeroboão, depois que ele, por razões políticas, 1Re 12.27, e outros, criou um cisma na igreja judaica, e fabricou dois bezerros em Dã e Betel, como objetos de adoração, dificilmente ele é mencionado na Escrituras a não ser com um estigma particular que o marcou: “Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel.”


ARTIGO EXTRAÍDO DE ARMINIANISMO.COM  http://www.arminianismo.com/index.php?option=com_content&view=article&id=130:bezerro&catid=161&Itemid=41

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