sexta-feira, 26 de março de 2010
JOHN WESLEY (1703-1791)
John Wesley (1703-1791)
Em 28 de junho de 1703 nascia em Lincolnshire, na Inglaterra, John Wesley, cuja mãe chamava-se Susanna, era o 12º dos dezenove filhos do reverendo Samuel Wesley, um pároco de Epworth.
Quando completava seis anos, quase perdeu a vida num incêndio à noite, provocado por um grupo de malfeitores. O fogo se alastrava no teto de palha da paróquia onde eles moravam, começando a estilhaçar brasas sobre as camas. Subitamente, Hetty Wesley, um dos irmãos menores, acordou assustado e correu até o quarto de sua mãe. E logo todo mundo estava em pé, tentando conter o domínio das chamas, enquanto a pequena criada, agarrando o bebê Charles nos braços, chamava as crianças para um lugar mais seguro. A essa altura, Twice Susanna Wesley forçava a porta contra as costas, numa tentativa desenfreada de proteger-se.
A família finalmente conseguiu sair de casa e, apavorada, reuniu-se no jardim, pois descobrira que o pequeno Jackie havia ficado lá dentro dormindo. Voltaram correndo, mas era tarde: a escada estava em cinzas e tornava impossível resgatá-lo. O rapaz chegou até aparecer na janela, porém não podiam segurá-lo, visto que a casa ficava no segundo piso. Todavia, um pequeno homem pulou sobre os largos ombros do pai de Wesley e, num esforço desmedido, conseguiu salvar a criança.
Um Estudante de Cristo
Conseqüentemente, uma profunda ternura passou a residir no coração de Jackie que, mesmo depois de homem, considerava que havia escapado aquela noite porque Deus tinha um propósito muito especial em sua vida. Várias vezes ele chegou a comemorar este dia em seu diário secreto que escreveu: “Arrancado das Chamas.”
Seis anos depois, em Charter House School, Jackie matriculou-se na Universidade em Oxford, tornando-se um estudante da igreja de Cristo. Quatro anos mais tarde graduou-se em bacharel de artes e em 1726 foi eleito acadêmico do Colégio Lincoln.
Enquanto John Wesley era ordenado ao ministério e ajudava o pai em casa, Charles, o irmão mais novo, organizava em Oxford um pequeno grupo de estudantes para orações regulares, estudos bíblicos e outros serviços cristãos. O Clube Santo, como era chamado, incluía vários integrantes, que, mais tarde, tornaram-se pioneiros de um avivamento, ocorrido no século XVIII, destacando-se, entre outros, George Whitfield.
Obedecendo ao Senhor, John Wesley viajou para colônia em Georgia, como capelão, em 1736. Charles nesta época era secretário do governador e o piedoso trabalho em Georgia, embora com muitas lutas, teve sucesso mais tarde. O reverendo George Whitfield, depois de visitar a sede do movimento, escreveu: “O eficiente trabalho de John Wesley na América é impressionante. Seu nome é muito precioso entre o povo, pois tem edificado as fundações que, espero, nem homens nem demônios a abalem.”
Aprendendo a Confiar
Em contato com German Moravian Christians na América, Wesley questionava sobre as verdades cristãs. Sabia muito bem que o êxito de seus trabalhos estava nas mãos de Deus e, por isso, começou a buscá-lo em oração. Não demorou muito tempo e, em 24 de maio de 1738, acabou encontrando a resposta quando, de volta para a Inglaterra, resolveu registrar tudo quanto acontecera naquele dia: “À tarde, visitando a sociedade em Aldersgate Street, li o ‘Prefácio da epístola aos Romanos’ na versão de Lutero, cujas palavras tocaram-me profundamente. Senti meu coração bater fortemente. E, desde aquele momento, aprendi a confiar em Cristo como meu Salvador. Estou seguro de que os meus pecados estão perdoados. Me salvei da lei do pecado e da morte.” Esta experiência mudou o rumo da vida de Wesley que, a partir daquele momento, passou a ser uma nova criatura, sendo consagrado o maior apóstolo da Inglaterra.
John Wesley começou o trabalho de pregação ao ar livre quando viajava para Bristol a fim de ajudar George Whitfield, que na época era conhecido como o mais eloquente pregador da Inglaterra. Wesley, a princípio, rejeitou a idéia, mas uma vez convencido da vontade de Deus, acabou se tornando mais famoso que Whitfield. Viajava 11 quilômetros por ano. Experimentou os mais cruéis sofrimentos e oposições em toda sua vida. Estava frequentemente em perigo.
Embora fosse sábio e proeminente, o itinerante evangelista era um homem simples e executou muitas obras sociais. As suas poderosas mensagens muito influenciaram a igreja que, no ano de 1739, adquiriu uma sede para o movimento protestante, que crescia vertigiosamente. Comprou uma casa de fundição em ruínas, na cidade de Moofield, e transformou-a num templo. O prédio passou por uma rigorosa reforma que custou, na época, 800 libras (quantia superior ao da compra que foi de 115 libras), mas valeu a pena. Depois de pronta, a capela passou a comportar cerca de mil e quinhentas pessoas.
Era o primeiro edifício metodista em Londres, onde a verdadeira doutrina de Cristo era proclamada. Pessoas sedentas por ouvir a gloriosa mensagem do evangelho cruzavam todos os domingos a escuridão das estradas de Moorfield com lanternas, para ouvir os ensinamentos de Wesley. O prédio dispunha de sala de reuniões, com capacidade para 300 pessoas, sala de aula e biblioteca.
Mais tarde, John Wesley instalou a sua própria casa na parte superior da capela, onde passou a morar com a sua família. Em 1746, abriu um centro de atendimento médico e escola gratuitos, com capacidade para 60 estudantes, contratou farmacêutico, cirurgião e dois professores e, em 1748, alugou uma casa conjugada para refugiar viúvas e crianças.
Muitos foram os patrimônios conseguidos pela igreja durante os 40 anos do movimento metodista em Moorfield, organizada por John Wesley. Entretanto, devido a expiração do contrato imobiliário, a sede teve de mudar-se para um outro lugar.
Próximo dali, em City House, encontrava-se um vasto campo onde jaziam os túmulos de Bunhill Field e o de sua esposa Susana Wesley. Um lugar de pântanos, recentemente aterrado, onde foi construída a catedral de Saint Paul. Havia também no local algumas pedras de moinho, utilizadas para moer milho trazido do Thames, que era transformado em trigo.
John Wesley alugou quatro mil metros quadrados destas terras em 1777 para construir a nova capela. E, finalmente, em 21 de abril do mesmo ano, sob forte chuva, lançou a pedra fundamental, com a seguinte gravação: “Provavelmente, esta pedra não será vista por algum olho humano, mas permanecerá até que a terra e o trabalho sejam consumados.” Naquele dia, Wesley improvisou um púlpito sobre a pedra e pregou em Nm 23.23.
A Recompensa
Em 1º de novembro de 1778, dezoito meses depois, no Dia de Todos os Santos, a capela estava próxima de ser aberta para a adoração pública. Apesar dos ventos das dificuldades (além de ter contraído muitas dívidas, os trabalhadores tiveram as ferramentas roubadas), Deus recompensou grandemente o esforço de Wesley, levantando voluntários dentre os membros. O rei George III, por exemplo, doou mastros de navios de guerra para o suporte das galerias.
Conta a história que um certo dia Wesley ficou de um lado do templo e Taylor, um dos cooperadores do outro, com os chapéus nas mãos, e conseguiram arrecadar 7 libras; o suficiente para a conclusão das obras. Toda a galeria foi coberta com gesso e os bancos de madeira de carvalho, doadas pelas igrejas da América, Canadá, Sul da África, Austrália, Oeste da Índia e Irlanda. As janelas vitrificadas, as impressões no teto foram trabalhados no estilo Adams (réplica antiga), e a casa de Wesley construída num pátio em frente à capela. Estas raridades, depois de reformadas em 1880, no centenário da morte de Wesley, memorizam as epopéias deste bravo soldado de Cristo.
Sua Morte
Mesmo depois de velho, quase cego e paralítico, John Wesley continuava pregando em City Road e Latherhead. E, quando percebeu que sua vida estava chegando ao fim, sentou-se numa cama, bebeu um chá e cantou:
“Quando alegre eu deitar este corpo e minha vida for coroada de bênção, quão triunfante será o meu fim! Eu glorificarei a meu Criador enquanto tenho fôlego; E, quando a minha voz se perder na morte, empregarei minhas forças; em meus dias o glorificarei enquanto tiver fôlego até o fim de minha existência.”
Wesley foi enterrado no Jardim-túmulo, em frente à capela em City Road, sob as luzes das lanternas, na manhã de 2 de março de 1791. Morreu com os olhos abertos e balbuciando a seguinte palavra: “Farwell” (adeus). Cerca de 10 mil pessoas acompanharam o funeral. E a lápide até hoje indica o significado histórico: “À memória do venerável John Wesley: o último companheiro do Lincoln College, Oxford...”
Fonte: Revista Obreiro Aprovado (Fev/Mar 1996)
artigo extraído do blog: http://www.arminianismo.com
sábado, 13 de março de 2010
EVENTOS ESCATOLÓGICOS (RESUMO) - Por André Rodrigues
INTRODUÇÃO
Por si mesma a Teologia Sistemática é especulativa. Há dentro das disciplinas que regem o conjunto, uma série de aparentes ‘contradições’ ou numa expressão mais coerente, ‘correntes teológicas’ vigentes. Contudo, no estudo da Escatologia, as possíveis contradições ou correntes parecem ir mais além. São diversas especulações e uma série de pensamentos no campo da visão individual, que parecem não haver fim, e isso somente ocorre por se tratar de um assunto que a maioria dos eventos está por acontecer. Mas, cada especulação é por demais válidas, tendo ao menos alguma base escriturística, na qual, haja espaço para fundamentar a posição exposta.
Por vezes grupos entram em diferentes opiniões e sem dúvida torna o assunto cada vez mais polêmico. Por isso, tentaremos, através de pesquisa bibliográfica, com diversos teóricos, mostrar de modo superficial, um resumo dos principais eventos da Doutrina das Últimas Coisas.
A Morte –
É de conhecimento de todos que há diferentes tipos de morte. Pelo menos a Morte Física, a Espiritual e a Eterna. Na definição de Claudionor C. de Andrade, morte significa: [Do lat. Mortem] No sentido físico, é o término das atividades vitais do ser humano sobre a terra. É vista, nas Sagradas Escrituras, como a conseqüência primordial do pecado (Rm 6.23). A morte, não é o término de tudo; é o início da eternidade. Aos que em Cristo morreram, está-lhes reservada a bem aventurança nos céus; quanto aos ímpios, serão lançados no lago de fogo, que é a segunda morte. (ANDRADE 2007, p.270).
Esta definição reflete uma visão geral, entretanto, há ainda dois tipos de mortes, ‘humanas’, que faz-se necessário definir:
Espiritual – Quebra da comunhão entre o homem e Deus, em conseqüência do pecado (Tg 1.15).
Eterna – Separação definitiva e irremediável entre o pecador e Deus. É infinitamente mais trágica do que a morte espiritual. Se esta pode ter os seus efeitos anulados pelo sangue de Cristo, aquela não, por haver o penitente sistemática e conscientemente o sacrifício do Cordeiro de Deus. (ANDRADE 2007, p. 271).
O Estado Intermediário –
No pensamento de Horton:
A morte não será fim da nossa esperança, pois temos a garantia de que, quando Cristo voltar, “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro”(1 Ts 4.16). não perderão nada da glória do arrebatamento e do prometido encontro nos ares (4.17).[...]
O Antigo Testamento deixa muito claro que Deus é a origem de toda a vida, e que a morte está no mundo como resultado do pecado ( Gn 1.20-27; 2.7,22; 3.22,23). (p.617)
A idéia veterotestamentária era a suposição de que o estado intermediário, ou seja, a espera depois da morte física se dava em dois lugares distintos, por exemplo: para os que não agradaram a Deus, o she’ol , que é por vezes descrito como uma profundeza que se contrasta com as alturas do céu (Jó 11.8; Sl 139.8; Am 9.2). E Casa do Senhor (Sl 23.6), Casa de Reunião (Jó 30.23), diz Asafe: “...e, depois, me receberás em glória” (Sl 73.24), referindo-se a sua situação após a vida terrestre. Balaão reconhece que a morte dos justos é melhos do que a dos ímpios (Nm 23.10). (HORTON 2002, p.620).
Já o ensino do Novo Testamento consiste com maior proporção na ressurreição do corpo, do que naquilo que acontece depois da morte. Entretanto, se reconhecem lugares distintos para o estado intermediário dos que morreram, numa situação espiritual adequada, e os que não. Em Lc 16, é narrado um fato de que pessoas em estado espiritual contrários, ao morrerem foram para lugares diferentes, separados por um abismo, onde não havia possibilidade de passagem nem de um, nem de outro lado. Lázaro no Seio de Abraão, ‘descrito como lugar de conforto’ e o rico no Hades ‘submundo’, ‘local de tormento’. Assim, compreendemos que os que estão em Cristo não tem condenação (Rm 8.1), e ao morrerem vão para um lugar de gozo, e os que assim não procedem irão para um local de tormento, menor ou inferior à aquele do porvir com proporções ainda superiores.
A Ressurreição dos Mortos –
Para os que passarem pela morte física e consequentemente o estado intermediário, quando o Senhor Jesus voltar para buscar Seu povo, passarão por um processo de ressurreição. E a partir disso marcará o que conhecemos como o Arrebatamento. Esta ressurreição é descrita como primeira, e, segundo a definição de Andrade,... juntamente com o rapto dos vivos, constituir-se-á também da revificação, imortalização e glorificação dos que morrerem em Cristo (I Co 15.50-57). (p.320).
Os Sinais da Vinda –
“Aquilo que serve de advertência, ou que possibilita conhecer, reconhecer ou prever alguma coisa”, esta é a primeira de muitas definições de Aurélio, para o vocábulo sinal. E parece encaixar muito bem no nosso contexto.
Ciro Zibordi, diz que Sinais dos Tempos são:
Fatos profeticamente preditos que, quando acontecem, constituem prova de que outras profecias já aconteceram ou que estão pra acontecer. Nós temos vários exemplos desses sinais na Palavra de Deus( cf. 1 Sm 10.3-7; Is 7.14; Lc 2.12; Jo 2.18-23).
A palavra profética contém sinais que, quando confirmados, provam que a vinda de Jesus está ás portas.
Alguns sinais podem ser aqui relacionados:
SINAIS EM CIMA NO CÉU – “ Também haverá sinais importantes no Sol, na Lua e nas Estrelas antes da segunda vinda do Senhor (cf. At 2.19; Lc 21.11; Jl 2.30.31).
SINAIS EM BAIXO NA TERRA – Esta sequência é fato marcante nos dias hodiernos, vaticinados por Jesus: Terremotos, Fomes, Pestilências etc. (cf. Lc 21.11; Ap 6.5,6,8).
SINAIS NA VIDA RELIGIOSA – De igual modo, há uma série de acontecimentos predito, não só por Jesus como também pelos Apóstolos: Perseguições, Ecumenismo, Falsas Doutrinas, Escarnecedores. (Mt 24.9,10; Lc 21.8; Jd 4; I Jo 2.18-22; II Ts 2.3,7,10,11; I Tm 4.1-3; II Pe 3.3-5). Outros ainda poderiam ser citados , como: Sinais Socias, Sinais na vida Moral, O Povo de Israel, como sendo um grande sinal, A situação política entre as nações e até mesmo Sinais entre o Povo de Deus.
É de se pensar que somos a geração do fim por haver com maior intensidade sinais tais quais antes não houveram, por isso, fica o alerta, para que ninguém cogite em justificar-se diante de Deus, como ter sido pego de surpresa. Estai preparados!
O Arrebatamento -
Segundo Ryrie:
“O conceito moderno de ‘arrebatamento’ parece ter pouco ou nenhuma ligação com os eventos escatológicos. Essa palavra não aparece na Bíblia. No entanto, é empregada corretamente para falar desse evento. Arrebatamento é a expressão de “ser levado embora”. Um de seus sinônimos em português é “rapto”, derivado do latim rapio, que significa “agarrar” ou “roubar”. Está relacionada também a um êxtase místico ou transporte de um lugar para outro. O arrebatamento da Igreja significa que ela será levada da terra para o Céu.” (RYRIE 2004, p.538).
Fica claro, diante da definição que trata-se da segunda vinda de Jesus. Ou seja, assim como nos prometeu, viria outra vez, para nos levar para junto Dele. Vale, porém, salientar de que a vinda de Jesus dar-se-á em duas fases distintas. A primeira como já acima definida, o arrebatamento, aonde virá “invisível aos olhos do mundo, detendo-se nas nuvens, e, em um abrir e fechar de olhos arrebatará para si todos os santos”. (BERGSTÉN 1999, p.317), e a segunda, ao término da Grande Tribulação, que trataremos posteriormente.
O escritor aos Hebreus afirma : “...oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que esperam para a salvação” (9.28), mostra-nos a passagem e muitas outras que a doutrina do arrebatamento não se trata de especulação humana, mas de uma veracidade bíblica, Jesus em seu ministério falara que tudo há de se cumprir (Mt 24.35). Por diversas vezes o próprio Jesus testifica a sua volta (Mt 22.30; 24.36-50; 25.1-13; Mc 12.25; 13.32-37; Lc 14.14; 17.24; 21.36; Jo 5.25,28,29; 6.39,40; 14.1,3,24).
Dentro doutrina do Arrebatamento há algumas correntes que devem ser salientadas a título de conhecimento: a Visão Pré-Tribulacionista, a Mesotribulacionista, assim definida por Ryrie e a Pós-Tribulacionista.
O Pré-Tribulacionismo – Ensina que o arrebatamento da igreja (tanto os santos vivos quanto os mortos) ocorrerá antes do período de sete anos da tribulação, ou seja, antes do início da 70º semana de Daniel 9.24-27. É necessário dizer “antes do período de sete anos de tribulação”. (RYRIE 2004, p. 563)
O Mesotribulacionismo – A visão do arrebatamento mesotribulacionista defende que o arrebatamento da igreja ocorrerá no meio dos sete anos e meio. Segundo esta visão, a tribulação é somente a segunda metade da 70º semana de Daniel. (p.579)
O Pós-Tribulacionismo – Ensina que o arrebatamento e a Segunda Vinda são facetas diferentes de um único evento, que ocorrerá no final da Grande Tribulação, quando Cristo voltar. A Igreja estará na Terra durante a tribulação para experimentar os eventos desse período. (p. 582).
O Tribunal de Cristo –
Logo após o arrebatamento da igreja, os salvos passarão por um julgamento e participarão de recompensas das obras realizadas na terra (II Co 5.10). Este constitue um tribunal não com o intuito de condenação, mas num sentido de avaliação de como procedeu, o salvo neste mundo. Todos os salvos arrebatados serão julgados pelas suas obras, para receber ou não galardão (Rm 14.10-12; I Jo 4.17), este não deve ser confundido com outros mencionados na Bíblia, porque diferem entre os participantes, o local, o tempo e o resultado de cada um. (ZIBORDI 2009, p.505).
Na seqüência estabelecida por Bergstén é assim expresso este tribnal: 1- O julgamento acontecerá quando Jesus vier. (Ap 22.12); 2- Todos os crentes serão julgados. Paulo escreve “todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (II Co 5.10); 3- Não serão julgados os nossos pecados e sim as obras, as obras receberão galardão (I Co 3.14,8); 4- Jesus será o próprio Juíz; 5- As obras dos salvos aparecerão na forma de diferentes materiais: ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha; 6- Tornar-se-á evidente a maneira de como edificamos a nossa vida espiritual em Jesus e Ele saberá nosso procedimento nas mais variadas áreas. (BERGSTÉN 1999, pp. 326,327,328,329).
Bodas do Cordeiro –
Logo após o Tribunal haverá o Casamento entre Cristo e a Igreja, este acontecimento, numa reunião no Céu é chamado de Bodas do Cordeiro (Ef 5.25-27, II Co 11.2). De acordo com Zibordi, ocorrerá alguns fatos, junto as Bodas do Cordeiro, por exemplo: A Igreja do Senhor, à semelhança de uma noiva , estará pronta,preparada para as Bodas (Mt 25.10), chegará ao local do banquete ataviada, devidamente vestida com ornamentos nupciais, e Jesus a apresentará diante do Pai (Mt 10.33, Ap 3.5, Ef 5.27) e dos seus anjos (Lc 12.8). Grande alegria haverá entre os salvos. A noiva estará vestida de linho fino, puro e resplandecente e haverá uma grande Ceia, os comerão à mesa do Senhor no seu Reino. (p. 509,510).
A Grande Tribulação -
C. C. Andrade define da seguinte maneira:
“Período de aflição e angústia incomuns que terá início após o arrebatamento da Igreja. A Grande Tribulação terá duração de três anos e meio (Dn 9.27). Ou seja: abrangerá a última metade da Septuaségima semana de Daniel. [os primeiros três anos e meio é conhecido como Tribulação]. (Nosso Grifo).
Ainda deixa claro que A Grande Tribulação recebe outros nomes: Dia do Senhor, Dia da Ira de Deus, Angústia de Jacó e Aflição. (ANDRADE 2007, p. 204,205).
A visão que estaremos mostrando, trata mais especificamente da Pré-Tribulacionista, ou seja, que a Grande Tribulação iniciará após o arrebatamento da Igreja.
Bergstén afirma que será um período de sofrimento com proporções desconhecidas, que virá sobre o mundo. As aflições, segundo ele assolará o mundo como nunca antes (Lc 21.24-26). É interessante o testemunho dado pela Escritura acerca daquelas dias: “Aquele é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas”. (Sf 1.15). (p. 338)
Neste período haverá um controle de uma ‘trindade maléfica’ que será integrada por: Satanás, o Anticristo e o Falso Profeta. Juntos eles dominarão de modo completo a Terra durante o período da Grande Tribulação. (p. 341)
Temos ainda informações de que outros personagens como os 144 mil, que são judeus, 12.000 de cada tribo, que irão, em dado momento de acordo com as profecias do Antigo Testamento entender que àquele (o Anticristo), não é o Cristo e irá pregar o Evangelho do Reino e as Duas testemunhas que serão enviadas pelo próprio Deus, com Poder e Sinais tentando combater o poder do inimigo. No findar dos últimos três anos e meio, segundo Bergstén, o Anticristo reunirá todos os exércitos da Terra para batalhar em Armagedom. Armagedom é o mesmo campo de Megido (Zc 12.11). O povo de Israel é como um atrapalho e escândalo para todos os povos e eles se ajuntarão para o destruir, neste período as portas da batalha, Jesus virá em Glória para salvar a Israel. (p 348)
A Vinda de Jesus em glória –
Esta ocorrerá no final da Grande Tribulação, quando juntamente com a Igreja, Cristo voltará (chamamos de segunda fase da segunda vinda). Bergstén diz:
“Nesse momento ocorrerá um milagre: nas nuvens do céu aparecerá um exército de muitos milhões, vestidos de branco e cavalgando cavalos brancos [...] No momento da volta triunfal de Jesus, os judeus estarão no auge de sua maior aflição [...] Todo o povo de Israel, em um só momento, reconhecerá Jesus como o Messias a quem aguardavam, mas que já viera e foram por eles rejeitado”. (p. 349)
Logo após Jesus vencerá o Anticristo e seus exércitos; O Anticristo e o Falso profeta, terão sua sentença, lago de fogo, que foi preparado para o Diabo e seus anjos (Ap 20.19/ Mt 25.41); Satanás será preso, e virá o Julgamento das Nações.
Julgamento das Nações -
De acordo com a definição de Andrade, o Julgamento das Nações é: A apreciação dos pós e contras de um determinado ato, em seguida dando a sentença. É um Julgamento que todas as nações da Terra serão submetidas, após a Grande Tribulação, para o recebimento da devida recompensa de como dispensou o trato a Israel (Jl 3.2/ Zc 14.2; 16-20). (ANDRADE 2007, p. 243)
Na exposição de Zibordi, o texto de Mt 25.31-46 menciona o juízo das nações vivas de maneira pormenorizadas. Jesus afirma nos versículos 32 e 33 o seguinte: “e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará um dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda”. Diz que de acordo com a profecia de Joel os “bodes” representam as nações inimigas de Israel, e as “ovelhas”, as que lhe dispensaram um bom tratamento (Sl 122.6). As duas representações de Nações, bodes e ovelhas terão uma sua sentença e outra sua recompensa. A primeira será lançada no lago de fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41) e a segunda Ele dirá: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde afundação do mundo” (v. 34). O termo “Reino”, aqui, alude ao milênio. (ZIBORDI 2009, p. 531)
Reino Milenial –
No pensar de Bergstén, Milênio é um período de mil anos em que Jesus, juntamente com a sua Igreja glorificada, governará a terra. Esse governo não será simbólico, mas real, concreto e visível (Ap 20.4,6). Terá início no fim da Grande Tribulação, quando o Anticristo e o falso profeta tiverem sido vencidos. [...] Bergstén, diz ainda que o Reino Milenial recebe diferentes nomes e seus respectivos significados:
Mil Anos (Ap 20.4,6), define a extensão de tempo.
Regeneração da Terra (Mt 19.27,28), origem do novo tempo de bênçãos.
“Consolação de Israel” e “Redenção de Israel” (Lc 2.25,38), aquilo que Israel esperava: a plenitude da manifestação do Messias.
Reino de Cristo e de Deus (Ef. 5.5), revela-nos como governantes Deus e Cristo, que receberá o poder e o Reino de Deus, seu Pai (Lc 1.32,33)
Dispensação da Plenitude dos tempos (Ef 1.10), mostra-nos que o “Milênio” será o último dos grandes períodos históricos, antes do raiar da eternidade. (BERGSTÉN 1999, p. 355)
Na definição de Zibordi, é um período de mil anos que a Igreja reinará com Cristo na Terra (Ap 20.4). Trata-se de uma época áurea, aguardada com muita ansiedade pelos israelitas e pela Igreja. [...] É também a última dispensação: a da “plenitude dos tempos”. (ZIBORDI 2009, p. 535,536)
De acordo co Andrade, o termo millenium, vem do latim, e significa Mil Anos. Será um Reino com esta duração instaurado na terra, pelo Senhor Jesus, logo após o arrebatamento da igreja e o término da Grande Tribulação. Trata-se, segundo ele, de um reino literal, cujo objetivo principal é a exaltação de Jesus como Messias de Israel e o soberano de todas as nações. (ANDRADE 2007, p. 265)
O Milênio terá início após a Grande tribulação, entende-se claramente que será na terra, de acordo com as profecias, Jerusalém será a capital do Reino (Is 2.2,3; 60.1-3; 66.20; Mq 4.8-13). Cristo reinará, na Jerusalém terrena, haverá dois tipos distintos de residentes: os salvos, ou seja, a Igreja glorificada e os povos naturais. Os salvos transformados não estarão restritos unicamente a Jerusalém terrestre, uma vez que, o seu estado é de corpo glorificado. Os judeus salvos, os gentios absorvidos no julgamento das Nações, todos os sobreviventes da Grande Tribulação, além do povo nascido durante os mil anos, também estarão no milênio. No milênio o mundo realmente saberá o que significa a expressão “Paraíso na Terra”. Será mantido o livre-arbítrio, ou seja, as nações que participarem do milênio terão o direito de escolher se querem adorar ao Senhor ou não, com isso, haverá rebeldes, e assim significa dizer que o pecado não será totalmente aniquilado neste período. Com este direito de escolha, conclui-se que haverá salvação naqueles dias, e de acordo com Zibordi, teremos salvação em massa (Is 33.6; 62.1; Zc 8.13). (ZIBORDI 2009, pp. 539-543)
No final do Reino Milenial, Satanás será solto por um pouco de tempo, afim de colocar a prova milhares de pessoas que não passaram por situações de tentações, pelo fato de estar preso, nosso adversário, Bergstén afirma:
“todos os homens, desde o casal no Éden até o próprio Jesus, como homem, foram provados por Satanás (Gn 3.1-6; Mt 4. 1-7; Tg 1.13-16). Por isso, devem também os homens do Milênio ser provado por Satanás quando for solto na prisão. [...] Assim os homens se deixarão enganar por Satanás: uma multidão, cujo número é como a areia do mar, se ajuntará para batalhar contra o arraial dos santos (Ap 20.8,9) [...] Todos os que se levantarem contra o Senhor morrerão e serão lançados no hades, afim de ali aguardarem a ressurreição para o julgamento final. Satanás será preso e lançado no inferno, onde já estarão o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 19.20). [...] Dessa maneira o Milênio findará com vitória”. (BERGSTÉN 1999, p. 361,362).
O Juízo Final –
Na definição de Andrade é o julgamento a que serão submetidos os vivos e os mortos ressuscitados, na consumação de todas as coisas. Tendo a Deus como Juíz Supremo, terá o Juízo final como objetivo retribuir a cada um segundo as suas obras (Ap 20.11-15). (ANDRADE 2007, p.242)
Depois da condenação definitiva do Diabo e suas hostes, ocorrerá o último de todos os julgamentos, o do Trono Branco. A palavra ‘grande’ denota poder e glória e ‘branco’ fala de santidade e justiça. (ZIBORDI 2009, p. 546). Ainda neste mesmo pensamento, Zibordi discorda da definição de Andrade que afima ser Deus o Juíz naquela ocasião.
Zibordi diz:
“De acordo com a Palavra de Deus, o Senhor Jesus será o Juíz em todos os julgamentos escatológicos: [...] No Trono Branco, depois da última revolta de Satanás e sua derrocada, Jesus condenará, segundo as obras de cada um, os pecadores impenitentes (Ap 20.13; 21.8; 22.15)”. [nosso grifo]
Numa opinião de divisão, Bergstén diz: “Deus é Juíz (Rm 2.16). Mas entregou ao Filho todo o juízo (Jo 5.22,27; At 10.42; 17.31; 2 Tm 4.1)”. O mais importante será que este é o último dos julgamentos e demonstrará com justa sentença todas as obras dos homens descritos nos livros de Deus. Nada se fará ao acaso. (p. 365)
Neste julgamento participará todos os ímpios que morreram, do princípio da criação até o final do milênio, ressuscitarão naquele dia, e todos comparecerão diante do trono branco. Também aqueles que durante a Grande Tribulação tomaram sobre si o sinal da besta, e ainda os que acompanharam Satanás na última revolta, no final do Milênio. [...] Toda aquela grande multidão estará muda, por causa da seriedade do momento. Eles ouvirão a sentença da boca do Juíz. Aqueles cujos nomes não estiverem escritos no livro da vida serão condenados a perder o céu. (BERGSTÉN 1999, p. 364, 367).
O Estado Perfeito e Eterno –
Segundo Andrade este Estado Eterno é também conhecido como Estado Final, e diz respeito à condição do indivíduo logo após a última ressurreição. Os que se apegaram a graça divina, e confiaram em sua suficiência, herdarão a nova Jerusalém. (ANDRADE 1999, p. 171)
De acordo com Zibordi após o Juízo Final, o Universo dará lugar a um Novo Céu e uma Nova Terra (2 Pe 3.13; Mt 5.5), na qual haverá uma Santa Cidade (Ap 21.1,2). Não haverá mais tristeza, pranto, dor e clamor, o Senhor limpará dos olhos toda a lágrima (Ap 21.4). Não haverá mais morte, esta já terá sido definitivamente aniquilada (Ap. 20.14; 21.4). Não haverá mais pecado, pecadores ou maldição (Ap 21.17; 22.3). Não haverá mais templo, Sol, Lua e noite (Ap 21.22,23; 22.5), o Templo da Cidade será o Deus todo-poderoso e o Cordeiro. Haverá grande alegria, pureza e santidade (Ap 21.2,11). Haverá uma praça de ouro puro, como vidro resplandecente (Ap 21.21), e um rio puro da água da vida (Ap 22.1), será claro como cristal e procederá do trono de Deus e do Cordeiro. E o mais sublime de tudo, para sempre estaremos servindo ao Senhor! (Ap 22.3). Aqueles que tiverem sido servos do Senhor aqui hão de continuar a servi-lo ali: “os seus servos os servirão”. Deus será tudo em todos (I Co 15.28). Glória a Trindade para sempre! (ZIBORDI 2009, p.555,556)
CONCLUSÃO
Ainda que de maneira bem resumida, na qual foi proposto este trabalho, fica claro que, é de suma importância o estudo acurado da Escatologia por que reflete as promessas proferidas pelos santos homens de Deus, que ainda terão seu cumprimento. Na medida em que os acontecimentos passo a passo são esclarecidos, sobrevêm ao pesquisador cristão pelo menos dois sentimentos distintos: o de gozo e o de tristeza. Gozo, por ter a certeza de não passar pelos sofrimentos vindouros preparados para os desobedientes, e pela convicção de estar por ocasião do arrebatamento para sempre com o Senhor. E tristeza por saber que milhares de milhares não querem reconhecer esta realidade, sendo iludidas por este mundo e pelas astúcias do deus deste século. Contudo, é de uma importância sem igual o esclarecimento destes fatos para uma aplicação mais santa à nossa vida e uma esperança cada vez mais fincada, de que, a cada momento que se passa abrevia-se ainda mais o retorno de nosso senhor para buscar sua Igreja. Ora vem Senhor Jesus, Maranata!
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 16º edição, revista e ampliada. 2007. CPAD – RJ
BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. 1999. CPAD – RJ.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. 1º edição, 1996. CPAD – RJ.
RYRIE, Charles Cadwell. Teologia Básica – Ao alcance de todos. Traduzido por Jarbas Aragão, 2004. Mundo Cristão – SP.
GILBERTO, Antônio. ANDRADE, Claudionor de. ZIBORDI, Ciro Sanches. CABRAL, Elienai. RENOVATO, Elinaldo. SOARES, Esequias. COUTO, Geremias do. SILVA, Severino Pedro da. GABY, Wagner. Teologia Sistemática Pentecostal. 3º edição, 2009. CPAD – RJ.