quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O FENÔMENO DA TIPOLOGIA - Por André Rodrigues




 
Temos o fenômeno da tipologia quando “[...] fatos e pessoas que, no Antigo Testamento, antecipavam o que ocorreria durante o ministério, paixão, morte e ressurreição de Cristo Jesus” (ANDRADE, 2007, p.346). O tipo constitui-se literalmente em estudar “fato ou personagem do AT considerado como símbolo dos fatos ou personagens do NT” (BOYER, 2006, p. 645). Na definição de Bento:


O termo grego typos, da qual se deriva a palavra “tipo”, aparece com diversos significados nos vários textos do Novo Testamento: sinal (Jo 20.25), modelo (Hb 8.5; At 7.44; Rm 5.14; I Pe 5.3)[...], exemplo [modelo] (I Co 10.6; I Ts 1.7; I Pe 5.3), padrão (I Tm 4.12; Tt 2.7). Literalmente o termo significa uma marca visível deixada por algum objeto. Daí a marca deixada na história ou natureza do antítipo (2005, p. 226).
 


Em hermenêutica[1], tipo faz parte do estudo dos métodos literários especiais no qual se destacam também profecia e literatura apocalíptica (VIRKLER, 2007, p. 141). Entretanto, em concordância com Bento na explicação do termo, Virkler diz que “a palavra grega tupos, da qual se deriva a palavra tipo, tem uma variedade de denotações no Novo Testamento” (IBIDEM), mostrando, com isso, que esta palavra é usada com diversos significados no decorrer do Novo Testamento. Virkle aponta que:


[...] tipo é uma relação representativa preordenada que certas pessoas, eventos e instituições têm com pessoas, eventos e instituições correspondentes, que ocorrem numa época posterior na história da salvação. [...] A tipologia baseia-se na suposição de que há um padrão na obra de Deus através da história da salvação. Deus prefigurou sua obra redentora no Antigo Testamento, e cumpriu-a no Novo; o Antigo Testamento contém sombras de coisas que seriam reveladas de modo mais pleno no Novo. As leis cerimoniais do Antigo Testamento, por exemplo, demonstravam aos crentes daquela época a necessidade de expiação por seus pecados: essas cerimônias apontavam para o futuro, para a expiação perfeita a realizar-se em Cristo. A prefiguração é chamada tipo; o cumprimento chama-se antítipo (2007, p. 141, 142).

 

Coenen e Brown ressaltam que, no AT “na LXX typos ocorre somente em 4 lugares”. Enquanto no NT “[...] é achado 14 vezes, mas sem deixar qualquer ênfase especial discernível nos escritos individuais” (2000, p. 2517). Entendemos, portanto, que a representatividade do termo tipo é singular, porque, além de sistematizar e apontar os futuros eventos, tem a capacidade de abrangência nas aplicações sinônimas, objetivando variados usos, de acordo com a necessidade do emprego.
 Neste trabalho, cabe a tipologia cristocêntrica através dos personagens, ou seja, aquela que se relaciona diretamente com pessoas que tipificaram o Cristo. Para uma compreensão mais ampla dessa tipologia, há necessidade de uma breve análise geral.  



Artigo extraído de: RODRIGUES, André. O Tríplice Ofício de Cristo: Profeta, Sacerdote e Rei. 2011, Editora Nossa Livraria - PE



A póxima postagem será sobre A Tipologia do Cristo.

[1] Andrade define como sendo derivado do gr. hermeneutikós, que significa intérprete, e diz ainda que se trata da ciência que tem por objetivo descobrir o verdadeiro significado de um texto (2007, p. 210).
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